O advogado Márcio
Thomaz Bastos, ministro da Justiça do governo Lula, renunciou ontem à defesa de
Carlinhos Cachoeira. "Eu saio por razões que nada têm a ver com o mérito
da causa", declarou MTB.
“Havia pelo menos um mês que o veterano criminalista, de 77 anos, amadurecia a ideia de abandonar a demanda. Ele andava desgostoso com o cliente, temperamental, hostil, exigente, mesmo atrás das grades. "Um sujeito inadministrável", disse um profissional do Direito próximo ao ex-ministro.
No início de julho, Márcio Thomaz Bastos combinou com familiares de Cachoeira que seus advogados o acompanhariam às audiências na Justiça, realizadas semana passada. Talvez a banca do ex-ministro ficasse por mais algum tempo com o caso, mas precipitou a decisão de Thomaz Bastos em deixar a defesa o impacto provocado pela nova denúncia, agora envolvendo Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, investigada pela Polícia Federal por chantagear juiz.
Alvo maior da Monte Carlo e da Saint Michel - missões da PF e da Polícia Civil que revelaram seu poderio no governo Marconi Perillo (PSDB-GO) e nos domínios do senador tucano cassado Demóstenes Torres -, Cachoeira acreditava que logo estaria na rua outra vez.Não foi por falta de empenho do criminalista que Cachoeira não recuperou a liberdade. Foram muitas as incursões de Thomaz Bastos a todas as instâncias judiciais, em vão. Na sexta feira, 20, ele fez a derradeira ofensiva. Foi ao gabinete do ministro Ari Pargendler, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a ele entregou pedido para libertação do contraventor. Na segunda, porém, a solicitação foi rechaçada.Amigos de Thomaz Bastos dizem que o incomodava o desgaste que a pendência provocava em sua biografia, construída em 53 anos de vida forense. O ex-ministro nunca confirmou, mas também jamais desmentiu, os R$ 15 milhões que lhe teriam sido oferecidos por Cachoeira.” Agência Estado).
O disse que disse: sobre honorários falou-se em 15 mi de honorários; em repasses de 300 a 500 mil quinzenalmente;
em atraso no pagamento; em calote.
Sobre o estopim da renúncia: cogitou-se de atrasos nos repasses; insuportabilidade, digo desgaste natural, da relação com o cliente; a tentativa de suborno da mulher do cliente ao juiz federal; a ausência de MTB na audiência na Justiça Federal em Goiânia; o desvencilhamento da imagem do advogado com o contraventor antes do julgamento do mensalão.
Comentário do Blog: um dia a casa cai. Há
certos casos de cliente insuportável, digo, "inadministrável", em
que a única saída é substabelecer, ou no caso do ex-ministro, renunciar
ao mandato. Sinal de que a coisa estava feia. Conforme determina o CPC, mesmo
com a renúncia, por 10 dias a batata quente terá que ser patrocinada.
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