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A divergência
Sempre
que esmoreço (Ah, ninguém suporta mais ouvir sobre o mensalão), vem um
fiel e bravo leitor do blog (sim, eles existem) a me incitar: Vai,
fala mais. Creio que adoram ver o circo pegando fogo.
Então,
vamos lá: afinal, aconteceu a tão esperada divergência, abrindo em sorriso
franco o rosto dos advogados em plenário. Vejam só a alegria em plenário.
Ontem, quinta-feira o revisor divergiu (afinal) do ministro Joaquim Barbosa, relator, que votou pela condenação do réu João Paulo Cunha.
Ontem, quinta-feira o revisor divergiu (afinal) do ministro Joaquim Barbosa, relator, que votou pela condenação do réu João Paulo Cunha.
A
notícia: Lewandowski votou pela absolvição de João Paulo Cunha nos crimes de
corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Considerou o revisor que o
MP não produziu provas, "nem sequer indício, de que João Paulo Cunha
trabalhou para favorecer ou dar tratamento privilegiado à
SMP&B".Quanto aos crimes de peculato, o revisor concluiu que a
agência IFT prestou efetivo serviços à Câmara e sua subcontratação transcorreu
de forma regular. João Paulo também não teria autorizado terceirização fictícia
dos serviços prestados pela agência SMP&B. O ministro entendeu também
que não houve a prática de lavagem de dinheiro, uma vez que o deputado não
tinha ciência da origem ilícita do dinheiro (saque de R$ 50 mil feito pela
esposa). (ai,ai,ai dizemos nós).
Contratos da Câmara
Lewandowski votou pela absolvição dos réus Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz nos crimes de corrupção ativa e peculato, imputados pelo MPF quanto à acusação de oferecer a quantia de R$ 50 mil ao deputado Federal João Paulo Cunha em troca de suposta obtenção de vantagens para sua agência de publicidade, a SMP&B, em contrato com a Câmara dos Deputados. De acordo com o voto do ministro-revisor, a acusação não evidenciou qual o ato de ofício perseguido pelo grupo de Marcos Valério que justifique o oferecimento do valor. Sustentou o ministro que o réu Marcos Valério repassou os recursos ao deputado João Paulo Cunha por orientação do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e não com o intuito de obter vantagem na obtenção ou execução do contrato da SMP&B com a Câmara. A acusação oferecida pelo MP, em seu entendimento, não logrou provar ocorrência de crime decorrente da licitação do contrato da SMP&B. Quanto à execução do contrato, o revisor sublinhou a declaração da perícia de que os serviços foram efetivamente prestados pela agência. Ele entendeu mostrar-se superada a questão da existência de terceirização excessiva de serviços pela SMP&B, e também não viu comprovada a existência de subcontratação fictícia.
Lewandowski votou pela absolvição dos réus Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz nos crimes de corrupção ativa e peculato, imputados pelo MPF quanto à acusação de oferecer a quantia de R$ 50 mil ao deputado Federal João Paulo Cunha em troca de suposta obtenção de vantagens para sua agência de publicidade, a SMP&B, em contrato com a Câmara dos Deputados. De acordo com o voto do ministro-revisor, a acusação não evidenciou qual o ato de ofício perseguido pelo grupo de Marcos Valério que justifique o oferecimento do valor. Sustentou o ministro que o réu Marcos Valério repassou os recursos ao deputado João Paulo Cunha por orientação do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e não com o intuito de obter vantagem na obtenção ou execução do contrato da SMP&B com a Câmara. A acusação oferecida pelo MP, em seu entendimento, não logrou provar ocorrência de crime decorrente da licitação do contrato da SMP&B. Quanto à execução do contrato, o revisor sublinhou a declaração da perícia de que os serviços foram efetivamente prestados pela agência. Ele entendeu mostrar-se superada a questão da existência de terceirização excessiva de serviços pela SMP&B, e também não viu comprovada a existência de subcontratação fictícia.
Frases do dia
Agora que os amados leitores conhecem tin tin por tin tin dos tópicos do voto do revisor, vamos às “abobrinhas”:
"Se houver réplica, deve haver tréplica". Lewandowski
"Se
ficarmos no vai e vem não terminaremos nunca". Ayres Britto
"Podem
ter certeza de que o nosso baú de mágoas e ressentimentos tem um fundo aberto". Ayres Britto sobre o "bate-boca" ministerial de ontem.
Panos quentes
O
fim da sessão de ontem foi marcado por momentos tensos entre o relator JB e o
revisor Lewandowski, com intervenções do presidente da Corte, Ayres Britto.
Joaquim Barbosa pediu ao presidente a oportunidade de réplica às dúvidas
suscitadas pelo revisor Lewandowski. O revisor, então, afirmou que também iria
querer se manifestar.
Ayres
Britto ponderou que se ficasse concedendo a palavra a um e outro o andamento do
processo seria prejudicado. Lewandowski, contrariado, afirmou: "caso eu
não tenha a tréplica, pode ser que eu me ausente do plenário". Diante da
discórdia, Britto decidiu encerrar a sessão, afirmando que esperava que o fim
de semana trouxesse a serenidade necessária para debaterem novamente a questão
na segunda-feira.
Partindo para o abraço coletivo
Nos bastidores, segundo a Folha de S.Paulo, Ayres Britto informou ao
revisor que ele terá direito à tréplica depois que JB fizer suas considerações.
Revisor e relator combinaram encurtar os votos na próxima sessão e Lewandowski
ainda teria dito: "Esse trio aqui sempre foi amigo. Somos amigos desde que
chegamos aqui", abraçando, de um lado, Barbosa e, de outro, o presidente
do Supremo.
A próxima semana promete!
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