quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os profanadores da República


Ele, o advogado, estava lá só fazendo o seu papel: pouco antes do início da sessão, o incansável Toron distribuiu aos ministros um novo "memorial", espécie de resumo de tudo o que a defesa afirmou ao longo do processo. Ele entregou uma cópia nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello. "Sou uma pessoa esperançosa. Acredito na absolvição, quero que aconteça", disse o advogado à imprensa.

Comentário do Blog: Uau. Isso é que é fé.

A votação de quarta-feira:

Cezar Peluso votou pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) a seis anos de prisão por corrupção passiva e peculato (desvio de dinheiro). Ele ainda o absolveu da acusação de lavagem de dinheiro e de um segundo peculato. E já fez a dosimetria da pena: seis anos de prisão para o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e 16 anos de prisão para o publicitário Marcos Valério por desvio de recursos públicos no mensalão. Os demais ministros fizeram um acordo para apresentar seus votos em relação às penas apenas no fim do julgamento. Cezar Peluso após condenar cinco réus do mensalão fez um discurso afirmando que "nenhum juiz verdadeiramente condena alguém por ódio".

Marco Aurélio Mello condenou o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por corrupção passiva e peculato (desvio de recursos) pelo mensalão – contabilizando um voto a mais do que o necessário para considerá-lo culpado.
Marco Aurélio disse que não é aceitável a versão do petista para ter recebido R$ 50 mil do chamado valerioduto. "Houve um pagamento que não teria uma justificativa plausível", afirmou Marco Aurélio.

Ao defender a condenação, o ministro Celso de Mello disse que "corruptos e corruptores são os profanadores da república".

A louvação de quem deve ser louvado

À noite ouvimos advogados em homenagem do IAMG ao gênio brasileiro Lydio Bandeira de Melo (1901, Abaeté-1984, Belo Horizonte) na Academia Mineira de Letras.  Palestra do Professor Jair Leonardo Lopes sobre o homenageado. 

Na plateia a presença do filho do palestrante, o advogado Marcelo Leonardo, advogado de Marcos Valério, protagonista do Mensalão, despertou o tema e quem levantou a bola foi o presidente do Instituto, Aranha, em sua fala.

Não íamos dizer nada, mas agora é quase impossível contemplar o advogado e não lembrar do seu cliente. Aranha fez a defesa do advogado, acreditando que ele levará a culpa pela condenação que se confirma a cada voto. Não cremos nisso, cremos até que o advogado não precisava de defesa. Fez o seu papel com todos os consectários. C´est tout.

Voltemos a Lydio, quantos dos jovens advogados saberão quem foi ele? O IAMG cumpriu ontem sua missão de manter viva a memória dos grandes. E Blog cumpre sua parte em breve biografia do homenageado:


Lydio Bandeira de Melo formou-se em 1927 na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Foi professor catedrático de Direito Penal na UFMG, professor de aritmética, álgebra, geometria, trigonometria, matemática, português, direito constitucional, civil, técnica comercial, estatística, história econômica e administrativa do Brasil e legislação fiscal. Filósofo, autor do ensaio “The Biology of war and the Law of the peace”, considerado pelos americanos como melhor texto filosófico de 1969. Foi um dos brasileiros a figurar no “The International Who’s Who” edição de 69/70. 

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