sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Julgamento do mensalão em curso


Ação Penal 470 Minas Gerais
No primeiro dia do julgamento do denominado mensalão anotamos:
Não deu ibope na Praça dos Três Poderes, vazia, vazia.
Não houve o tumulto esperado, o treino da segurança foi em vão.
Minas Gerais em peso na fita, entre réus e advogados.
Mau dia para os advogados. Márcio Thomaz Bastos (advogado do réu José Roberto Salgado) e Alberto Zacharias Toron (advogado de João Paulo Cunha), levaram tinta sumariamente nas questões de ordem levantadas.
O ministro Joaquim Barbosa demonstrou irritação, qualificou de irresponsável a questão do desmembramento do processo em relação aos réus comuns, lembrou que o STF tem súmula para o caso e chegou a invocar: “Por Deus”, muito embora o ministro Levandowsky tenha levado uma hora e meia para justificar e acolher o desmembramento.
Foi a faísca para o primeiro bate-boca do julgamento entre os ministros: “Me causa espécie para cá”, “me causa espécie para lá”, e por aí vai.
Acendida a palha, o pedido de recurso audiovisual requerido por Toron foi sumariamente negado pelo presidente Ayres Britto.
“Mas sequer sustentei”, quase implorava o advogado. Vendo o advogado atônito na tribuna me lembrei do Dr. Jorge Moisés que diz: o advogado é um pedinte.
“Mas indefiro mesmo assim”. O presidente também irritou-se. C’est fini.
Lembrei-me de outro advogado veterano que assistindo no tribunal a derrota alheia dizia entre divertido e satisfeito: "medalhão também leva tinta."
Transpareceu a intenção do tribunal de repudiar de pronto eventuais  manobras da defesa para protelar o julgamento.
Superadas as manobras, digo, as questões de ordem, o Relator leu o relatório de 122 páginas. Clique aqui para o relatório Joaquim Barbosa.
A sustentação da Procuradoria Geral que seria na quinta, em razão dos incidentes ficou para esta sexta-feira. Terá cinco horas para falar.
Temo pela voz de sua Excelência, o pouco que falou na sessão foi com voz débil e rouca. Como se sairá em cinco horas de sustentação? A denúncia tem 136 páginas. Clique aqui para a peça da Procuradoria Geral da República. 

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