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Mudança de veredicto na véspera, acontece.
Como já dizia o Mestre Cartola: "porque tudo no mundo, acontece".
Aconteceu ontem com o Revisor
Lewandowsky e foi declarado hoje em plenário quanto ao réu Henrique Pizzolato e
o crime de peculato:
17h56 - O ministro diz que iria absolver
os acusados nesta acusação de peculato, mas que mudou de ideia ontem à noite,
ao rever documentos do processo que mostraram que a DNA "extrapolou"
a apropriação devida além do bônus volume
17h56 - "Me deparei com documentos
que me fizeram dar uma guinada de 180º graus", diz Lewandowski. Joaquim
Barbosa, que votou pela condenação dos acusados, comentou: "já estava
preparando a réplica" (Fonte site Folha SP)
Como se vê, a obra nunca está
terminada.
Um julgamento guarda surpresas mesmo num caso como este, no qual
os votos estavam há muito preparados.
Às 15h18
Lewandowski votou pela condenação do réu Henrique Pizzolato no crime de
corrupção passiva
18h21 - Lewandowski diz que entende que Marcos Valério
cometeu o crime de corrupção ativa e vota por sua condenação
No julgamento de hoje
fomos apresentados a uma figura técnica, quase um personagem, dada sua utilização,
o “bônus de volume”:
17h34
- Lewandowski diz que a bonificação de volume é paga como "prêmio"
pela qualidade das peças de propaganda e está prevista nas leis que regem este
mercado. Elas não podem ser transferidas para outros e as agências devem pagar
imposto sobre os valores
17h32
- Lewandowski explica o que é o bônus de volume e frisa que provavelmente o STF
irá analisar se a taxa é legal ou não." O tribunal, num futuro próximo,
enfrentará essa questão", diz o ministro
18h32 - Lewandowski vota pela condenação como coautor de
Marcos Valério também no segundo peculato cometido por Pizzolato, na
apropriação de indevida de bônus volume no contrato da DNA com o Banco do Brasil (Fonte: site Folha SP).
Conclusão do dia: bônus de volume por “agenda
Pombo” não vale. Se não entenderam, não faz mal, sinal claro
que não ouviram o voto do ministro na íntegra. Mas fica demonstrada a
complexidade do mundo moderno e das transações que exigem experts para engendrá-las e depois, mais experts para serem descobertas e outros tantos para julgá-las. Coisas
de grande monta. “Vultuosíssimas antecipações”, “números impressionantes”,
disse o ministro revisor. Dessas coisas magnas se ocupa hoje o STF até essas
horas da noite. Coisas impensáveis para os que levam, como disse Drummond, “Êta
vida besta, meu Deus”. Se todo mundo citou, também eu posso.
Carlos Drummond de Andrade,
Cidadezinha qualquer, in Alguma Poesia, 1930
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