Recebi outro e-mail da nossa Secional, desta vez não se trata de sorteio de carro ou notebook, é algo mais metafísico, uma caminhada pela paz. Exatamente.
Vais criticar de novo as ações da Secional? Agora é todo dia?
Dá licença? É que divirjo, não temos mesmo comungado em matéria de opinião. Vai fazer o quê? É ou não é democracia?
Veja, é uma questão de cidadania.
A-han. Já viram algo mais inócuo que caminhada pela paz? Qual paz será o objeto dessa caminhada? A paz mundial? É mesmo tarefa da OAB? Talvez seja a paz mais nacional, quiçá municipal, a paz, por exemplo, entre os moradores dos quilômetros mais caros da cidade, a avenida onde se dará o passeio e os moradores da comunidade logo ali, ao fundo da Praça JK.
Talvez seja a paz entre os moradores do bairro Mangabeiras, logo acima e a Polícia Militar, que recentemente confiscou a moto do serviço particular de vigilância por usurpação de função pública. Talvez não compareçam os moradores e comerciantes do Bairro Belvedere, ali adiante, assustados demais com o tiro tomado em assalto pelo dono da loja de artigos esportivos na principal avenida do bairro. Não seria o caso de caminhada pela segurança pública?
Não, não, deve ser outro tipo de paz. A paz interior? Não creio, foge e muito da linha de atuação dos advogados. Se fosse, o pessoal das linhas hindu e zen budista teria aderido. E o apoio é da adv5, a rede social do advogado (não sabia), da conhecidíssima Fundação Getúlio Vargas, IBS (o que será? Instituto Brasileiro de alguma coisa, seguros, serviços) e outra entidade que não identifiquei, a resolução da imagem não estava lá essas coisas, as letras menores ficaram ilegíveis.
Matutando dei com os costados em Jhering, o alemão, “A paz é o fim que o direito tem em vista”. É isso, achei. Mas logo Rudolf atalha: “a luta é o meio de que se serve para o conseguir”. (A luta pelo Direito, Rudolf Von Ihering, 2ª edição, Lisboa, 1911). Guerra e Paz, tudo a ver.
Ia seguindo por esse rumo, procurando o objeto da ação comunitária da vez quando fui chamada ao Alto Conselho da Redação. Cuidado, me disse o Velho Juca, veja o que aconteceu com a Eliane Catanhede e as palavras. Menos é mais, esqueceu da cartilha minimalista do Blog? O.k., você venceu, aliás, of course, my dear, prestada a reverência ao decano, cito apenas o velho Professor de Direito Penal na porta da Faculdade de Direito da UFMG, “Há coisas que se pensa, mas não se diz.” Está, portanto, pensado e não dito.
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