sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Segundo dia do julgamento do mensalão

Em primeiro plano, de costas, três advogados mineiros


O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, demonstrou serem infundados nossos temores quanto ao seu alcance vocal e deu conta (como se diz aqui em Minas) da leitura durante mais de cinco horas da acusação (cá para nós, leitura não é sustentação oral, deve ser alguma prerrogativa do MP, além de falar sentado).


Ao final, citou "Dormia a nossa Pátria mãe tão distraída / Sem perceber que era subtraída/Em tenebrosas transações" (Chico Buarque, Vai Passar), convencido que estava da autoria e da materialidade dos crimes, do “mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público” da política nacional e pediu a condenação de 36 dos 38 réus.

O procurador rebateu críticas dos advogados dos réus que figuram no processo, que consideraram o mensalão “uma criação de delírio” do Ministério Público. “A robusteza da prova colhida torna risível a assertiva”, argumentou Gurgel.

Ao final da sustentação, Gurgel afirmou que foi intimidado e sofreu ofensas desde o momento que decidiu apresentar a denúncia contra os réus do processo, mas ressaltou o importante papel do Ministério Público e disse que continuará seu trabalho. Ressaltou: “Não pode haver tibieza dentro do MP.” O julgamento será retomado na segunda-feira (6) às 14 horas.

Nova tinta 

Ao final, para não acostumar mal os advogados do caso, nova tinta levada dessa vez pelo professor Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, após justificar, isonomia, etc. e tal, o MP lendo por cinco horas, o réu citado cento e noventa e tantas vezes (os estagiários certamente se encarregaram da cruel tarefa), lascou pedido de prorrogação do seu tempo de sustentação oral. Foi sumariamente negado, era de se esperar, eis que, já sinalizado pela presidência desde o primeiro dia que seriam indeferidas todas as manobras, digo, questões de ordem da defesa contrários ao cronograma.


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