Após ouvir as várias
sustentações orais transmitidas pela TV Justiça perante a mais alta corte do país,
e observar a tônica comum: a certa altura o advogado fala de si, “Vim de Minas”,
disse hoje Maurício Campos Júnior, “minha origem judaica”, disse Yarochewsky
ontem, “papai envergou a toga” disse hoje Mariz, entre outros, fiquei matutando.
Por que será?
Porque o advogado que assoma à tribuna resolve falar um pouco de si?
Dirão alguns, é
vaidade. Inclusive. Nós, da área de humanas, em especial das artes oratórias
temos um quê de aparecidos. Mas não é só.
Poderia elocubrar
uma teoria bem grande, mas vamos sintetizar em duas palavras, anima e cuore (alma e coração), a advocacia, aquela que desfila na tribuna
do STF lidando com o bem maior da liberdade, como dizem os penalistas é feita com
alma e coração.
Só pode ser isso.
Ocorre-me também que há um outro ingrediente fundamental, a palavra falada, a
fala liga-se imediatamente à emoção. Daí a lembrança de “papai”.
Há um quarto, é
claro, tocar o coração do julgador. É também de caso pensado, estudado e
praticado. A arte da persuasão.
Então, vamos lá, quatro
palavras anima, cuore, voce, persuasione.
E estamos conversados.
Anyway, converso com meus botões, não se pode também esquecer também os 60 minutos de fama nacional, que terão consequências diretas e desproporcionais no enchimento futuro das burras... Interrompendo o rumo dos pensamentos que começam a ir por caminho nebuloso, voltemos ao plenário.
Minas na fita
Na quarta-feira,
após dois dias de sustentações orais no STF disse a imprensa especializada em
Direito (sim, ela existe e é paulista) “a escola mineira de Direito é das mais
fecundas do país, produzindo advogados de altíssimo nível.”
Wow! Perdoem-nos
a imodéstia, mas tem razão a imprensa especializada.
Hoje, por outro
lado brilhou também a escola paulista na magistral oratória de Zacharias Toron.
É craque.
Destaques do dia
Marcio Thomaz Bastos (José Roberto Salgado)
Ao final, humilde, (como o são os grandes), reconheceu
fastidiosa sua oração.
Antônio Cláudio Mariz de Oliveira (Ayanna Tenório)
“Papai envergou a toga, mas não despiu a beca. Papai
vestia a toga mas trazia a beca na alma ... Somos todos irmãos.”
"É kafkiniana a acusação contra ela".
Maurício Campos Júnior (Vinícius Samarane)
"Vim de Minas, que tem a liberdade na bandeira”
(Demonstrada, mais uma vez, a teoria do Prof. Washigton Albino sobre o caráter municipalista do mineiro, vide postagem do dia anterior).
O único que despertou uma pergunta dos ministros, no
caso, Toffoli (até onde assisti).
Alberto Zacharias Toron (João Paulo Cunha)
Técnica, voz, gestos firmes, desenvoltura e segurança
num ser político: “sou candidato à presidência da Secional da OAB de São Paulo.”
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