Resumo da ópera de hoje: Barbosa não pediu desculpas e disse uma frase lapidar, citando Ruy, justiça tardia não é justiça, etc., etc., e vamos trabalhar que é isso que o povo, que paga o nosso salário, espera. Dizem os entendidos que ele, Barbosa, sabe se comunicar com as massas.
Lewandowsky agradeceu as manifestações de apoio, disse que dava o caso por encerrado e pronunciou a sua frase lapidar: o Supremo é maior do que seus membros (ou algo assim) e deu seu voto divergente acolhendo os embargos de declaração do Bispo Rodrigues para diminuir-lhe a pena. Foi acompanhado por Toffoli e Marco Aurélio Mello.
Todos os embargos de declaração dos réus do núcleo financeiro foram rejeitados.
Notamos grandes bolsas sob os olhos de Barroso e fragilidade na voz do ministro Teori, perfeitamente compreensível pela perda da sua mulher ocorrida na semana passada.
Ninguém quis conceder o excepcional caráter de infringentes aos embargos declaratórios. Nada de rediscutir o mérito na estreita via, ainda que com a possibilidade de erro aventada (no caso do Bispo). Toca em frente.
Enquanto o julgamento rolava em Brasília estávamos presos num engarrafamento monstro em torno do Fórum Lafayette em Belo Horizonte, ruas interditadas pela BH Trans e a proibição de estacionar no entorno do fórum. Dia de julgamento dos réus da chacina de Felisburgo. Manifestação do MST na porta do fórum. O julgamento foi suspenso pelo juiz, réus sem advogados mas quatro (réus) saíram de lá presos.
Afora isso foi dia ameno no fórum. Nos corredores passamos por desembargador aposentado advogando. Perdoem-nos, é impossível não reparar no fato. A seguir rememoraremos o que dizia o mestre florentino patrono deste blog sobre o assunto. Enquanto esperávamos para despachar com a juíza, pegamos carona na audiência que corria e pudemos assistir de camarote o presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais advogando.
Pudemos atestar que o Dr. Aranha é em audiência o mesmo dos discursos e das solenidades. E sacou uns latinórios para o escrevente transcrever na ata.
Pudemos atestar também que os gentilíssimos guardas nunca nos interceptam e a porta (detectora de metal) sempre apita. Dão boa tarde e só faltam bater continência. Descobrimos o porquê outro dia. Já conhecem os advogados e sabem até qual a entrada preferida e costumeira de cada um, se a da rua Paracatu, da Ouro Preto, da avenida Augusto de Lima ou da rua Guajajaras, esta não, lá só passam policiais e presos. Hoje barraram um jovem advogado. Em São Paulo o midiático Paulo Sérgio Leite Ferreira promoveu o Dia da Caçarola, justamente contra a catraca eletrônica para advogados. Conclamou os causídicos a levar panelas e similares para o fórum. Quando soubermos daremos o resultado do evento.
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