sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Mudando de opinião

Já pensamos, quando não havia, que faltava às varas de família a presença de um psicólogo para atender ou "dar conta", como dizem os mineiros, das demandas psicológicas que chegam ao judiciário travestidas de jurídicas.

Já pensamos assim, não mais. Deixemos a psicologia circunscrita e exclusivamente ao estudo psico-social. (Laudo realizado por psicólogo e assistente social para embasar a decisão do juiz sobre guarda de menor).

E por que mudou, mudou por quê? Estarão a cismar os caros leitores, especialmente os e as psicólogo(a)s que nos honram. É simples. O juiz, a lei, ou coisa que o valha, funcionam como o limite, a autoridade, o corte. É duro mas necessário. E prático. Querem fazer terapia? Ótimo. Auto conhecimento é tudo. Mas lá no consultório bem longe do fórum.

Este batidão de percentual, liminar de alimentos e guarda e recursos podem deixar conosco, os advogados. Nós brigamos, digo, divergimos, às vezes de modo bastante enfático (depende do absurdo que vier de lá), mas damos um resultado prático e eficaz. Uma liminar que dura até a sentença de mérito e é confirmada, etc., etc.. E sem muita conversa, vamos lidar com fatos e necessidades.

Uma onda conciliatória tomou conta do Poder Judiciário, algo como vamos conciliar a qualquer custo com o fim diminuir o número de processos. Esta política vê o litígio como um mal a ser extirpado. 

Ocorre que há situações nas quais é impossível às partes a conciliação, naquele cubículo da Central de Conciliação, ouvindo ponderações e admoestações de que o pior está por vir, dos conciliadores e psicólogos do tribunal, que saem lamentando que o almejado acordo não foi feito.

Sendo psicólogos deveriam saber que as partes não estão prontas para tanto, estão no olho do furacão, o conflito ainda tomando forma nos autos. Vamos deixar desse maniqueísmo, são apenas interesses em conflito, o litígio é apenas o exercício. 

Pois, vamos exercitar sem pudor de estar em juízo. Com o fim exato de obter a decisão judicial que vem como um limite, um corte na situação anterior e um marco para o futuro.

Vamos parar com esta visão que advogados brigam por brigar, advogados defendem interesses, às vezes discutem, mas por uma boa causa.

Valéria Veloso

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