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O neto de Estela de Carlotto, líder da
organização argentina Avós de Praça de Maio, teve sua verdadeira identidade
confirmada após se apresentar voluntariamente a um exame genético, informaram
os jornais locais nesta terça-feira (5).
Guido, filho de Laura, filha desaparecida de
Estela, nasceu em cativeiro e desapareceu desde a última ditadura argentina
(1976-1983). A luta de Estela de Carlotto começou com as
tradicionais manifestações na Praça de Maio. Ela direcionou sua busca para
recuperar as crianças que haviam nascido em cativeiro e sido entregues a outras
famílias, sem saber sua verdadeira identidade. O corpo da filha de Estela de Carlotto foi
encontrado sem vida e entregue a sua mãe no mesmo dia de seu assassinato, mas o
menino não foi achado, e a busca levou a avó a ser uma das fundadoras da
associação. Cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a
última ditadura argentina, segundo os órgãos de defesa de direitos humanos, e
cerca de 500 netos foram afastados de suas famílias biológicas. O neto de
Carlotto é o 111° encontrado pelas Avós.
Formada em Magistério, profissão que exerceu
durante 17 anos, Estela de Carlotto se incorporou em 1978 ao recém fundado
grupo de Avós da Praça de Maio, e dois anos depois foi nomeada vice-presidente.
Em 1987, sobre a base de um projeto da
organização, foi aprovada uma lei que criou um Banco Nacional de Dados
Genéticos. Nele ficou registrado o mapa genético de cada uma das avós de Praça
de Maio.
Em dezembro de 1998, o Parlamento argentino
aprovou a lei de Criação do Fundo de Reparação Histórica para a localização e
restituição de crianças roubadas, que outorgava a Avós de Praça de Maio um
subsídio que equivalia na época a US$ 25 mil mensais durante dois anos. Em
2004, o fundo foi restabelecido com um subsídio mensal de 15 mil pesos (US$ 3,9
mil).
Estela recebeu em nome da associação que preside,
em 1999, o Prêmio de Direitos Humanos da República Francesa. Entre várias
outras honrarias recebidas, se destaca o Prêmio dos Direitos Humanos da ONU,
concedido em dezembro de 2003.
Em outubro de 2005, ela foi nomeada doutora
honoris causa pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), e em 2006 as Avós
foram candidatas ao prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia. (Fonte: http://glo.bo/1v7yW3P).
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