Juiz Antônio Leite de Pádua |
“Falando em nome do Estado, sinto-me na
obrigação de pedir desculpas aos nossos jurisdicionados, dos quais é exigido o
pagamento em dia de seus impostos, quando, lado outro, o retorno estatal vem
com expressiva e desrespeitosa demora.”
Os autos estavam conclusos ao juiz há mais de três anos e meio. A frase consta em sentença da
lavra do magistrado Antônio Leite de Pádua,
da 6ª vara Cível de Belo Horizonte/MG. Pádua entrou em exercício naquela
vara em 28/1/13 e explicou que ainda não foi possível “corrigir tantas irregularidades encontradas em grande parte dos
milhares de processos que aqui encontramos”.
“Nada razoável nos ser exigido
despachar, decidir ou sentenciar processos em tempo real, em face da enorme
quantidade existente, na data mencionada, inclusive no chão, que encontramos
espalhada pelo gabinete, sala de audiências e sala da assessora (mais de cinco
mil). Infelizmente, levaremos muito tempo para pelo menos tentar minimizar essa
gravíssima situação, na medida em que, mesmo trabalhando numa jornada de oito
horas diárias, nos é possível, com atenção e responsabilidade, despachar,
decidir e sentenciar numa média mensal de 800 (oitocentos). Enquanto isso,
novas ações são ajuizadas numa média mensal de 200 (duzentos). E, como se isso
não bastasse, esse tempo deve ser dividido com aquele destinado às audiências.” (Fonte: Migalhas, 29 de agosto de 2014)
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Processo : 112.430-3/2010
Veja a íntegra da decisão.
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