quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Encontrado o neto 111 da ditadura argentina

Vídeo Euronews

O neto de Estela de Carlotto, líder da organização argentina Avós de Praça de Maio, teve sua verdadeira identidade confirmada após se apresentar voluntariamente a um exame genético, informaram os jornais locais nesta terça-feira (5).

Guido, filho de Laura, filha desaparecida de Estela, nasceu em cativeiro e desapareceu desde a última ditadura argentina (1976-1983). A luta de Estela de Carlotto começou com as tradicionais manifestações na Praça de Maio. Ela direcionou sua busca para recuperar as crianças que haviam nascido em cativeiro e sido entregues a outras famílias, sem saber sua verdadeira identidade. O corpo da filha de Estela de Carlotto foi encontrado sem vida e entregue a sua mãe no mesmo dia de seu assassinato, mas o menino não foi achado, e a busca levou a avó a ser uma das fundadoras da associação. Cerca de 30 mil pessoas desapareceram durante a última ditadura argentina, segundo os órgãos de defesa de direitos humanos, e cerca de 500 netos foram afastados de suas famílias biológicas. O neto de Carlotto é o 111° encontrado pelas Avós.

Formada em Magistério, profissão que exerceu durante 17 anos, Estela de Carlotto se incorporou em 1978 ao recém fundado grupo de Avós da Praça de Maio, e dois anos depois foi nomeada vice-presidente.

Em 1987, sobre a base de um projeto da organização, foi aprovada uma lei que criou um Banco Nacional de Dados Genéticos. Nele ficou registrado o mapa genético de cada uma das avós de Praça de Maio.

Em dezembro de 1998, o Parlamento argentino aprovou a lei de Criação do Fundo de Reparação Histórica para a localização e restituição de crianças roubadas, que outorgava a Avós de Praça de Maio um subsídio que equivalia na época a US$ 25 mil mensais durante dois anos. Em 2004, o fundo foi restabelecido com um subsídio mensal de 15 mil pesos (US$ 3,9 mil).

Estela recebeu em nome da associação que preside, em 1999, o Prêmio de Direitos Humanos da República Francesa. Entre várias outras honrarias recebidas, se destaca o Prêmio dos Direitos Humanos da ONU, concedido em dezembro de 2003.

Em outubro de 2005, ela foi nomeada doutora honoris causa pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), e em 2006 as Avós foram candidatas ao prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia. (Fonte: http://glo.bo/1v7yW3P).

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