terça-feira, 4 de dezembro de 2012

De olho no lance, Porto Seguro

Palmas de novo para o policial federal autor dos nomes das operações. Um literato e agora revelou-se acurado filósofo. Porto Seguro, belo nome. Talvez cheguemos lá após essas águas turbulentas, por mares rotineiramente navegados. Não é que prenderam dois diretores de agências reguladoras? Da Agência Nacional de Águas, a pouco falada ANA e da Agência Nacional de Aviação Civil, a noticiadíssima ANAC.  Ao que consta os referidos diretores comandavam um esquema de venda de pareceres jurídicos.

De Beca e Toga de olho no lance. Vejam só os elementos do tipo (perdoem, são resquícios ainda do mensalão): venda de pareceres jurídicos, diretores, entidades criadas para fiscalizar os serviços prestados ao cidadão brasileiro. Não é à toa que os serviços prestados estão de quinta categoria. A redação fala de cadeira, enfrentamos problemas com o sinal da internet há uma semana, que some a toda hora, prejudicando o sagrado e constitucional acesso dos leitores às mais recentes linhas do Blog.

E não é só, o Blog é pura sincronicidade (anotar no caderninho, reler Jung e os pós-modernos), vide a postagem logo abaixo. O que dizíamos na semana passada,  antes das prisões? Que o Estado não fiscaliza, o serviço continua péssimo; com amplo acesso ao judiciário (escrito na Constituição), há uma corrida em massa aos Juizados Especiais (não precisa de advogado, eis aí o amplo acesso). Com a avalanche de processos o Judiciário é obrigado a criar varas especialmente para as vítimas da telefonia móvel, fixa e adjacências e para os ofensores, digo, as companhias de telecomunicações, as gigantes do setor (aqueles cochinhos em mdf na cor marfim descritos na postagem anterior).

No domingo um jornal da capital fez o favor de declinar algumas pérolas praticadas pelas agências, escolhemos:
"A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aplicou multas às empresas de telefonia móvel, mas os serviços não melhoraram.
Então Chefe da Casa Civil, Erenice Guerra pressionou a Anatel a liberar a concessão de funcionamento para a Unicel, empresa de propriedade do marido. A Unicel faliu e será vendida por 500 milhões para a Nextel."

"Indicações políticas de pessoas sem o mínimo conhecimento técnico para as funções que exercem, ..." (Estado de Minas, 02/12/2012)
E é claro, a velha mania de confundir o público com o privado. 

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