Na semana passada antes de dar com os costados no fórum, num café lá no Barro Preto, sem nomes que não temos procuração para tanto, entrou uma moça com um vestido diáfano de lenços indianos, falava ao telefone e pela conversa que partilhamos todos, vinha de uma audiência no fórum, era uma testemunha. Ficamos de costas para que a moça ficasse mais à vontade e se soltasse na íntima conversa em público. - Um horror a audiência - disse à amiga. O juiz começou a brigar com o advogado. Tive vontade de chorar. Muito sensível a moça, concluímos. E pensar que tem gente que adora ver o circo pegar fogo em audiência.
Muito vaporoso o vestido, inadequado ao ambiente forense, vaticinaram as fashionistas de plantão. Não é domingo no parque. Estivesse na sua calça preta e camisa básica seguraria as lágrimas tranquilamente e apenas menearia a cabeça lamentando a falta de urbanidade forense.
A ala alternativa entende que a moça pode ir como quiser, de rasteirinha, lágrimas e tudo. O acesso amplo ao judiciário deve ser estendido inclusive às testemunhas nas suas peculiaridades.
O tempora, o mores, lamentam em coro as fashionistas e saudosistas. É por isso que esses moço(a)s, inclusive, se alimentam nos elevadores, (pão de queijo, hambúrgueres), nas melhores faculdades da capital. No fórum ainda não vimos, mas chegará o dia.
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