quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ontem no cartório do tribunal

Advocacia na prática

Ontem no cartório de Câmara do Tribunal de Justiça, lá nos confins da Avenida Raja Gabaglia, no estertor do expediente forense chegou advogado visivelmente agitado. É claro, vinha de outro andar procurando um processo, estivera com o desembargador relator e fora mandado ao cartório. Isso aborrece um advogado.

Quando um advogado não se contém ao examinar autos no balcão e dispara comentários, das duas uma: encontrou alguma atrocidade obviamente contra seu cliente ou está demasiadamente apaixonado pela causa. Ou ambas. A hipótese em questão era de advocacia em causa própria. Não aconselhamos a ninguém, muito embora, vira e mexe, fazemos a mesma coisa.

Tivemos a ousadia de lembrar ao colega aquele dito cruel, "advocacia em causa própria, um idiota advogando para um imbecil", ou coisa parecida. Ele até sorriu, não conhecia a frase. Nem diremos aqui as frases que externou em alto e bom som ao ler os autos. Até porque o advogado foi presenteado com o marcador de página do Blog e deve estar a estas horas lendo esta página.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais prevendo advogados de cabeça quente nos balcões dos cartórios manda distribuir estes mimos para esfriar a cabeça dos causídicos e conduzí-los a um estado de quase meditação. Vejam que simpática ideia, uma caixinha contendo cartões coloridos com frases de expoentes da humanidade, de poetas a filósofos:



A frase que pescamos ontem:



Indicamos a medida terapêutica ao colega, mas o estresse era tanto que nenhuma frase buscada serviu. 

Se vir ao Blog o advogado terá o feed-back (retorno) da sua atuação em causa própria pelo olhar de uma colega. Isso é precioso e não deve ser desprezado. A tecnologia também faz isso por nós. Ao fotografar os autos a máquina disparou uma foto da fotógrafa debruçada sobre os autos. Visão assustadora. Tensão, atenção, dobras, idade, manchas, tudo captado pela lente implacável do smartphone (telefone celular avançado).

Refeitos ou não do susto, é hora de ir ao encontro do economista perito em cálculos, advogados, com raras exceções pouco ou nada entendem de números. Tem mais essa.

2 comentários:

  1. Valéria,
    Parabéns pelo artigo que, com bom humor, retrata a vida que todos nós, advogados, levamos.

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  2. Grata, Dr. Jacob, felizes os que conservam o bom humor no embate diário.

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