Dia de constatações. Antes da sessão de julgamento falamos aqui da proliferação de faculdades de direito mais a torto que a direito por anos a fio, por obra do Ministério da Educação e passividade da OAB.
Na sessão de hoje da 15ª Câmara Cível do TJMG, enquanto estivemos em plenário assistimos uma petição inicial ser julgada inepta e duas apelações não serem sequer conhecidas pelo tribunal. Aos leigos que nos honram explicamos, tecnicamente eram inservíveis, inaceitáveis. Um processo inteiro foi anulado (leia-se, anos de tramitação, partes prejudicadas), porque a petição inicial não continha o que devia conter, não atendia os requisitos mínimos determinados pelo Código de Processo Civil. Dois recursos sequer foram analisados também pelo mesmo motivo.
Aí está o resultado, advogados tecnicamente deficientes no básico, uma petição inicial, um recurso. Por isso, senhores, quando um advogado que estudou numa faculdade de verdade, pratica e estuda sua causa com cuidado, te apresenta a conta de honorários, não pense que é caro.
Caro é o preço que estamos pagando todos nós por este estado de coisas. Advogados aos borbotões saindo das faculdades, inclusive de fim de semana, que sequer lêem o Código de Processo Civil, que dirá fazer uma pesquisa jurisprudencial ou levar uma tese nos autos, fruto de investigação e análise, horas de estudo.
Não acabou. Para fechar a cena de hoje, uma advogada vestiu a beca, pôs a enorme bolsa sobre a tribuna para dizer que ia sustentar mas desistiu "para não tomar o tempo de Suas Excelências". Só faltou pedir desculpas por existir.Vamos muito mal.
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