Depois de ser obrigada a abortar grávida de sete meses e chocar a opinão pública com imagens
junto ao feto, a chinesa Feng Jianmei será indenizada com 11.000 dólares (cerca
de 23.200 reais), com base em um acordo extraoficial pactuado entre a família e
as autoridades. A quantia foi revelada nesta quarta-feira pela imprensa
estatal do país asiático, que afirmou que a família aceitou o dinheiro "para
poder voltar à vida normal", segundo explicou o marido de Feng, Deng
Jiyuan, ao jornal South China Morning Post.
O advogado da família, Zhang Kai, confirmou que se
trata de um acordo extraoficial feito com o governo do distrito de Zenjia, na
província de Shaanxi. Segundo Zhang, o pacto foi firmado na noite de
terça-feira. Após o acordo, a família retirou o processo que buscava uma
compensação do estado. Para a opinião pública, o dinheiro recebido na
indenização "não é suficiente" para compensar o que a vítima
passou.
Feng
teve que abortar por não ter como pagar uma multa imposta pela China. O país,
que tenta controlar o fluxo de natalidade, cobra uma multa de cerca de 40.000
iuanes (12.000 reais) de famílias que tiverem mais de um filho, com base em uma
política vigente na China desde 1979. Ela já teve alta do hospital e está
se recuperando. Não se sabe se a família voltou para sua cidade natal, onde no
mês passado sofreu pressão por parte de autoridades municipais.
A repercussão internacional do caso foi provocada pela
difusão das imagens da mãe na internet, enquanto o marido revelou que Feng foi
detida por três dias, forçada a abortar e, posteriormente, a assinar um
documento de consentimento. Diante da repercussão e da atitude das
autoridades chinesas - que pediram um perdão público à mãe e demitiram três
funcionários -, o advogado da família acredita que os abortos forçados
"vão diminuir" na China, já que o regime comunista "irá tomar
mais cuidado, devido à influência do caso". No entanto, o acordo
entre família e autoridades afirma que "nenhuma das duas partes voltará a
formular queixas sobre o sucedido", segundo publicou nesta quarta-feira a
agência oficial Xinhua. (Fonte: Agências de Notícias)
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