sexta-feira, 6 de julho de 2012

Aqueles que têm fome e sede de Justiça

Tentei, usei toda a argumentação que dispunha, mas a parte quer levar a ação penal adiante, quer provar o gosto da Justiça. Paciência. Já avisei que vai se decepcionar. Até porque no JESP (para os íntimos), o Juizado Especial, na conciliação sequer há um juiz para satisfazer seu anseio de ver de perto a cara do Judiciário. Nada disso, estarão no JESP Criminal conciliadores, jovens cheio de boa vontade, sem prática, falo porque já vi, panos quentes de todo lado, de vez em quando um Promotor de Justiça, virá ver se saiu acordo. Pálida demonstração do Poder Judiciário para aqueles crimes de menor potencial ofensivo. Também, quem mandou querer litigar quando a moda e o tom é o acordo? Acordar é legal, faz bem e sai todo mundo insatisfeito, menos o Poder Judiciário, um processo a menos na pilha. Vai passear lá Via Expressa. E nosostros aqui perguntando: por que o nosso poder judiciário tem que ser tão espalhado pela cidade? Vamos fazer o mapa e mostrar quão exaustivo é o deslocamento dos advogados:


Tribunal de Justiça: dois prédios, um na Afonso Pena de frente para o Parque Municipal, com entrada pela Goiás. Prédio histórico, belíssimo, vale uma visita. 
Palácio da Justiça Rodrigues Campos
Outro prédio, moderníssimo, lá nos cafundós, digo, muito distante, nos píncaros da Avenida Raja Gabaglia.


TJMG Unidade Raja Gabaglia
Fórum: na Av. Augusto de Lima, 1549, no Barro Preto, um quarteirão inteiro com quatro entradas à disposição, minto, numa só entram policiais e presos.
Varas da Fazenda Estadual: Praça da Liberdade, muito aprazível, mas que contra-mão para um simples protocolo.
Varas da Fazenda Municipal: Alto da Av. Afonso Pena.
Justiça Federal: Av. Álvares Cabral, perto da Praça da Assembléia.
JESP Federal: fundos da Justiça Federal.
JESP CÍVEL: o de Consumo era perto da esquina dos aflitos no centrão da cidade, na rua Curitiba. Agora foi alçado para o prédio do antigo Tribunal de Alçada no Santa Efigênia. Aquele mesmo que estava com suspeitas de balançar devido ao peso dos processos. Lembram? Será que foi consertado? Tem o da Telefonia no prédio da Faculdade de Direito da UFMG, na Praça Afonso Arinos, no centro. Tem o do bairro Gutierrez, e qual mais?
JESP CRIMINAL: na longínqua Via Expressa, onde para passar um táxi à noite demora horrores. Há audiências noturnas, sabem?

Com a Justiça espraiada pela cidade os advogados passeiam bastante pela aprazível cidade jardim, não mais tão ajardinada, mas ainda bela, especialmente agora que os ipês começam a florir.
Av. Afonso Pena a dois quarteirões do TJMG
Em tempo: houve uma vez um projeto, quase batido o martelo para construção de portentoso prédio para abrigar toda a Justiça. Parece que era muito caro, enquanto algumas varas do fórum sequer têm um aparelho de fax, utilíssímo naqueles casos de liminares urgentes em véspera de concursos e partos.

Mesmo com ipês florindo e esse céu azul de inverno, ainda há memoriais a fazer.

2 comentários:

  1. Como sempre me divirto e me enriqueço muito com as suas palavras!!!!! Cibele Veloso.

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  2. Cibele, uma satisfação receber seu comentário, obrigada, compareça sempre. Isso é que é clã, sempre presente. Abraços.

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