Quando na sala de sessões os advogados se embaralham com a beca, quase se enforcam com o cordão, vestem-na pelo avesso, ficam presos nela, normalmente, quem os socorre é uma colega. Coisa de mãe, que cuida. Nunca vi um homem ajudando o outro. Ajudamos com prazer e respeitosamente, colegas mais velhos, amigas nervosas, um parente que vai estrear na tribuna. É um belo gesto. Os desembargadores olham a cena até eternecidos, especialmente se os advogados forem ex-adversos.
Dias há em que não estamos tão maternais, cada um que se vire com sua beca, etc.. Na sessão de hoje só advogados mais jovens, só homens. E o moço vai e se embaralha com a beca. Não estamos nem vendo, não vamos fazer nada. Daí vira-se para nós, com o olhar de "me acuda" e diz: a beca está pequena. Ai, ai, ai. Ok, lá vamos nós ajudar o moço. Que nem precisava assim de ajuda, na tribuna esbravejou contra o colega com força, sem dó.
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