terça-feira, 4 de junho de 2013

Coisas que irritam um advogado

Corre à boca pequena que advogados têm pavio curto. Não é verdade. Só às vezes. Há coisas que irritam seriamente os causídicos. É que eles lidam com abacaxis, digo, problemas, causas, essas coisas, daí que vivem cheios até à tampa. Daí que num dia em que estão com a "avó atrás do toco" (coisas do sertão), dão de cara com uma intimação da secretaria da vara para juntar uma certidão que já juntaram há "trocentos" meses. E quando resolvem (eles, os juízes e os servidores) ajuntar aquela advertência "sob pena disso e daquilo"? Aí, nem é bom de ver o pessoal descendo do salto e da abotoadura. Ficam nos cascos.

E o cliente rábula que quer ensinar o advogado? Por que o dr.(a) não fala isso e isso na petição? "Você" (vejam a intimidade que se dá o aspirante a colega) podia falar assim e assado. Pera lá (coisa lá do norte). Aí temos que ouvir o mestre florentino, patrono deste Blog, o eterno Piero Calamandrei. Ele, que devia ser um homem calmo, vejam a foto no quadradinho ao lado, dizia: o único direito do cliente é trocar de advogado. E estamos conversados.

4 comentários:

  1. Muito bom Dra. Valéria...rs..

    Já tivemos caso, aqui no escritório, do cliente trazer a Lei impressa "para o nosso conhecimento"....rsrs....

    Bruno Cézar Gomes Fonseca - advogado

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  2. Dr.ª Valéria,
    Pax et bonum (saudação que pode ser usada por todos os devotos de São Francisco de Assis)

    A única entidade, no mundo, que pode consertar a nossa justiça, é a FIFA.
    Depois de mais de oitenta anos de vida e quase sessenta de advocacia, cheguei à inevitável conclusão de que só a FIFA poderá fazer funcionar as angustas vias de nosso sistema judiciário.
    Tal dedução decorreu do fato de ver que tudo o que a FIFA quer e manda fazer no Brasil, todo mundo obedece de imediato, sem reclamação alguma.
    Com efeito, determina ela a construção de estádios custosíssimos, nos quais os pobres não poderão entrar, pois o custo dos ingressos chega perto da lua! Ordena a venda de cerveja durante os jogos de seu interesse, quando por aqui há lei proibindo o uso dessa bebida nos estádios, que seus dirigentes passaram a denominar de arena! Proibem as pobres velhas bahianas venderem acarajé nas cercanias deles e ninguém diz nada. Proibem a ida dos torcedores aos estádios em seus próprios carros, quando outro meio de transporte não existe! Mandam todo mundo parar de trabalhar nos dias de jogos e ninguém tem coragem de desobedecer a tamanhos absurdos.
    Não há dinheiro para construção de hospitais, nem para por as estradas em condições de uso, mas, para as tais arenas há caraminguás de sobra!
    Comece sua luta em prol da justiça, advogando a entrega dela à FIFA, o que, lhe asseguro, passará a funcionar a contento, já que ninguém, aqui, tem ousadia de desobedecer aqueles doutores em rapinagem! Abraços do raivoso, mas não anarquista, Helvécio.

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  3. Caro Dr. Helvécio,
    Pax et bonun (aderi). Só o sr. para me animar neste fim de tarde depois de algumas lambadas e consequentes desilusões. As urzes como dizia o Lélis. Vamos mesmo esbravejar contra tais desmandos da FIFA. Temo porém que estejamos clamando no deserto. Grande abraço, Valéria Veloso

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