Protestos e advogados
Na semana passada manifestações contra o aumento das tarifas de transporte público em São Paulo e no Rio de Janeiro acabaram em pancadaria, depredações e prisões.
Sempre se ouviu dizer que Direito é bom senso. Daí que o presidente da OAB em nota concluiu:
"A
Ordem dos Advogados do Brasil entende que as manifestações de protesto,
realizadas de forma pacífica, expressam o mais alto sentido de liberdade de
nossa Constituição, e repudia, de pronto, qualquer iniciativa das autoridades
em criminalizá-las. Da mesma forma, condena atos de vandalismo contra o
patrimônio, seja ele público ou privado."
Resumo: houve excessos dos dois lados, dos manifestantes e da polícia do governo paulista.
Os advogados de São Paulo já se organizaram em mutirão para defender os presos no protesto. A organização dos defensores é feita em uma página criada no Facebook com o nome Habeas Corpus – Movimento Passe Livre.
A vaia de Dilma e o carão de Blatter
Aconteceu que a presidente, no que se refere a pessoas que gostam de ser chamadas de presidenta, Dilma foi vaiada na abertura da Copa das Confederações. O presidente da FIFA, Joseph Blatter repreendeu os brasileiros em espanhol: ¿Dónde está el respeto y el fair-play? perguntou à massa de torcedores.
Ninguém avisou ao executivo do futebol que não somos bolivianos, e que a imensa maioria dos brasileiros não faz a mínima ideia do que seja fair-play. Para aqueles que a estas alturas ainda não faz a mínima ideia: trata-se de uma mistura de espírito esportivo, tolerância e educação. Ah, bom! Abusado o executivo, chamar à boa educação um estádio de brasileiros, decerto perdeu a noção do perigo. Tal façanha só possível àqueles acostumados ao lado de lá de benesses e poderio, parecia o dono do Brasil. Talvez o seja nestes dias.
Esta é, até, uma questão de direito internacional. Pode um executivo futebolístico, de nacionalidade suíça de uma entidade sediada na Suíça dar pitaco em conflito instaurado entre a presidenta(ai), brasileira e seus comandados?
O Blog pensa que não, falta-lhe competência territorial e sobretudo, em razão da matéria. Poderá chamar às falas o povo da terra dele, aqui na nossa praia não.
Se tivesse o fair-play que recomenda, o economista suíço que substituiu o brasileiro João Havelange, (saído pela porta dos fundos da FIFA), suportaria resignado as vaias, são os pequeninos ossos do régio ofício, e pensaria intimamente: eles que são brasileiros que se entendam.
Questão de soberania. Deixa a gente brigar em paz.
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