quinta-feira, 6 de junho de 2013

Vai para o trono ou não vai?

A sabatina do advogado indicado ao trono, digo, ao cargo de ministro do STF pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça do Senado durou oito horas. 59 a favor e 6 contra. É claro que ninguém suportaria oito horas de transmissão televisiva deste naipe. Tanto é verdade que alguns senadores ausentaram-se do plenário e quando voltaram fizeram perguntas repetidas. Quem mandou sair? Têm que aguentar firme.

Resumo da ópera para os estimados leitores que envolvidos em seus afazeres não assistiram a empreitada: Barroso é autor de frases lapidares. Temos apreço e ojeriza pelas frases lapidares. Como pode ser?-  perguntam os leitores. Não tem problema, explicamos. Apreço porque são sintéticas. Sintetizar é uma arte. Ojeriza porque bolem com o sujeito, especialmente se dirigido ao seu, ao nosso calcanhar de Aquiles. Aí, o bicho pega. Voltemos à sabatina de Barroso. Emérita leitora deste Blog telefonou para informar que não suportou muito tempo, achou o moço (55 anos para um jurista é jovem), consciente demais de suas qualidades, leia-se, vaidoso. Alguns jornais o disseram humilde na hora certa, etc, etc.

As frases lapidares de Barroso:

"Ninguém me pauta" (sobre sua independência no julgamento do mensalão).

"Foi um ponto fora da curva" (julgamento do mensalão). Suspiram algo aliviados os advogados e réus do mensalão.

"A verdade não tem dono" (respondendo ataque da bancada evangélica sobre o aborto de fetos anencéfalos e uniões homoafetivas, questões advogadas por ele).

Vejam o que pensa Barroso sobre o embate da moda:

"Quando o Congresso atua, o Judiciário deve recuar, a menos que haja uma afronta evidente à Constituição (...). Quando o Legislativo não atua, mas existem direitos em jogo, aí sim, inevitavelmente, o Judiciário precisa atuar".

Vai para o trono ou não vai? - perguntaria Abelardo Barbosa, o Chacrinha à audiência.

Já está alçado à estratosfera do Judiciário, será o primeiro a pronunciar-se no julgamento dos recursos do mensalão. Daremos notícia.

Uma frase lapidar deixou dúvidas nos macaquinhos do auditório, digo, nos jurisdicionados:

"Vou fazer o que o meu coração mandar".

Uai, não é o que a Constituição mandar? É um romântico! solucionaram a questão lá no fundo da redação, não viram no Blog dele que ele curte Ana Carolina? Pronto, está explicado. Ou não, como diz Gilberto Gil.

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