quarta-feira, 6 de junho de 2012

O caminho se faz no caminhar. Caminhemos, pois.

Advogado adora confraternizar, fazer e ouvir discurso, em suma, fazer política. Advogado mineiro, então, nem se fala, mais de três já é comício. Pois, confraternizando, fazendo e ouvindo discursos a mineirada, digo, advogados mineiros reuniram-se no tradicional Minas Tênis Clube. Nossa enviada, redatora em chefe deste quadrado, sempre com olho crítico no design anotou: anos 50 demais, tanta madeira escura no salão. Hora de revitalizar. Fica a sugestão ao tradicional clube. Após a inevitável colher torta toca a colher, digo, anotar as presenças e fotografar, com a própria, é claro, aluna aplicada que é do filósofo moderníssimo paulista Luiz Pondé, para quem mandamos o nosso alô: "Tou contigo e não abro." Para quem não entendeu absolutamente nada, é hora de se atualizar e descobrir o moço que é desconcertante de tão inteligente e às vezes, bem humorado.

Voltemos ao político evento: o negócio é o seguinte, a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, todos sabem sempre teve papel preponderante na política brasileira, guardiã que é dos direitos civis e políticos do Estado de Direito. Bonito, hein? É a pura e histórica verdade. Mas isso foi em outros tempos, o que tem sido a OAB ultimamente? Um pálido reflexo do que foi. E como estamos em dia de trocadilho mesmo, vamos adiante, a palidez da OAB nacional refletiu nos advogados de todo o país. É fato notório o aviltamento da classe, a proliferação de faculdades, o número excessivo de advogados, as poucas oportunidades, o aniquilamento dos honorários, etc, etc, e o desprestígio da classe junto à sociedade.

Vão me dizer: - Mas isso não é de hoje. Concordo. É verdade, do latinório da faculdade guardei: Advocatus et non latro, res miranda populo. Tradução: É advogado e não é ladrão, coisa admirável para o povo. Aula de direito tributário II, prof. Sacha Calmon Navarro Coelho. Boa memória, hein, Professor?
A má fama dos advogados vem mesmo de tempos imemoriais. Em Roma antiga já tinham má fama, aprendi na exposição que veio de Roma, dos Imperadores, que aportou em BH no ano passado. Mas o que é isso, está virando o advogado do diabo?

Advogado do diaboAntigamente, durante o processo de canonização pela Igreja Católica havia um Promotor da Fé (Latim Promotor Fidei), e um Advogado do Diabo (Latim advocatus diaboli), papéis desempenhados por advogados nomeados pela própria Igreja. O primeiro apresentava argumentos em favor da canonização o segundo fazia o contrário, ou seja, argumentava contra a canonização do candidato; era seu dever olhar cepticamente o processo, procurando lacunas nas provas de forma a poder dizer, por exemplo, que os milagres supostamente feitos eram falsos, etc. Hoje em dia o termo tem vindo a designar uma pessoa que discute a favor de um ponto de vista no qual não acredita, mas que o faz simplesmente para apresentar um argumento. Este processo pode vir a ser utilizado para testar a qualidade do argumento e identificar erros na sua estrutura. (Wikipédia).

Então, veio Cícero. Aí acabou. Não tem pra ninguém. Advogado é o máximo. E Santo Ivo, então? E entre nós, na nossa história recente, Sobral Pinto, Raymundo Faoro, Evandro Lins e Silva e tantos outros. Nesse pé, rememorando a trajetória da OAB na defesa dos direitos civis e políticos no Brasil e repensando a OAB que temos e projetando a OAB que queremos, chegamos a seguinte conclusão: caridade começa em casa, é o dito popular. Vamos começar pela casa do advogado. O advogado médio, como está ele? Não falamos dos ilustres, os medalhões, os que já chegaram lá, as grandes corporações de escritórios, estes são empresas, falamos dos simples, os médios, os recém formados, os que já pegaram a advocacia em crise. Nós todos, que viemos depois do Milagre Econômico, que acabou faz tempo.

E nestes tempos de vacas magras (perdoem o regionalismo, é a origem) e incertezas os advogados devem reunir-se em torno de propósitos realistas e destinados à revivificar a advocacia na prática e não seguir embalados com mero discurso, no fica como está, na acomodação e etc..

E as mulheres advogadas? Cadê as saias? E sabemos que são muitas, em cada sala de faculdade há mais mulheres que homens. Para onde foram? Estavam no recesso do lar? No escritório? No shopping? Havia ternos demais. Nada contra os dignos colegas, mas a presença feminina está sendo reclamada no espaço político. Advogadas, a postos.

De mãos dadas com os que fizeram e fazem história, avançamos. O caminho se faz no caminhar.Caminhemos, pois. O primeiro passo foi dado.



Luiz Fernando Valladão
Aristoteles Atheniense

Genival Tourinho e VV


LF Valladão, Elizabeth e Aristoteles Atheniense
Genival Tourinho e LF Valladão



        De mãos dadas com os que fizeram e fazem história, avançamos. O caminho se faz no caminhar. 

Caminhemos, pois. 

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