Nesta semana fiquei sabendo quanto ganha um bom advogado(a) num escritório grande e choquei. Um pouco mais do que salário de uma empregada doméstica. Cinco anos na faculdade, estágio e muito livros e códigos depois e dá nisso. E tem o seguinte: tem de andar de tailler e terno, viu?
Então é por isso a debandada em massa para os concursos públicos.
Soube nesta semana de advogado(a) que tenta o concurso do Ministério Público há cinco anos. Perdeu de novo, e prepara-se mais um ano de estudos.
Soube também, nada disso, vi mesmo defronte os olhos o balanço de uma empresa de profissionais liberais, não direi o ramo, que orça pelos dois milhões de reais. Choquei também. Uau! Mas como convém a uma advogada fiquei, no momento, impassível.
Nesta semana houve atrito com clientes que não entendem que não existe almoço grátis. There is no such a thing as a free lunch, reduzida para There's no free lunch (Milton Friedman, Nobel de Economia). Lamentável, mas aconteceu.
Por outro lado, trato fluido com clientes da maior finesse e entendimento. Já reiterados elogios neste Blog.
Nesta semana soube de empresário que recusa-se a cumprir uma sentença. Não aceita, sabe? E de outra pessoa que questiona o aparelho do Estado como se ele, aparelho, nada fosse. Acontece também.
E é nesse ambiente de diversidade completa, em que nossos melhores esforços nem sempre resultam em proveito, contemplando a lista de ações a propor, das razões a escrever e das sessões da semana que vem, digo espiando do alto do sexto andar o trânsito que começa a ficar caótico na sexta: nada te turbe, nada te espante, querido leitor (Santa Teresa D'Avila).
Nada te turbe
(Letrilla que llevaba por registro en su breviario)
Nada te turbe;
nada te espante;
todo se pasa;
Dios no se muda,
la paciencia
todo lo alcanza.
Quien a Dios tiene,
nada le falta.
Solo Dios basta.
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