sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Finados e o Hospital Santo Ivo

Passamos apenas para dizer aos amados leitores que aderimos de vez à onda minimalista e deixamos o Blog mais clean e azul.  Hoje é sexta-feira, dia de housekeeping  (arrumação para os ingleses), assim aproveitamos para guardar vídeos e áudios nas suas respectivas caixas. Tudo para não cansar a vista dos leitores. Com a casa arrumada tudo flui melhor, na esteira de Heráclito. 

Antes que morra o assunto, amanhã é dia de Finados, uma palavra sobre o fechamento ou coisa que o valha do Hospital Santo Ivo, o Hospital do Advogado.

Em email ao advogado mineiro a OAB diz que o hospital dava prejuízo há 28 anos. Só agora fomos informados do fato já com o fechamento decidido pelo Conselho.

Pela rede social um colega lamentou a perda do patrimônio. Temos opinião diferente, não precisamos ser "donos" de um hospital, precisamos do serviço médico e hospitalar propriamente dito, o principal, o quanto basta.

O mesmo colega perguntava por que a questão não foi trazida nos debates da última eleição da Diretoria e Conselho da OAB/MG. Boa pergunta e a resposta é conhecida.

Os números são espantosos, 450 mil mensais de prejuízo, e informam prejuízo desde o início das atividades. Realmente espantoso. Os advogados pagando a conta sem saber de nada:
"3) A partir da data supramencionada todo déficit anual do hospital tem sido suportado pela CAA/MG, com dinheiro do advogado mineiro;"
Isso talvez explique a anuidade mineira tão cara?

Um outro colega perguntou pela rede social: e só agora resolveram fazer algo?

Há coisa de um ano ou dois, um andar do hospital foi reformado com engenharia de ponta, e reinaugurado, sabemos porque estivemos lá, lembramos até do sermão do padre que foi benzer, o sal da terra, etc.

A seguir o inteiro teor do email, prato cheio para a pronta reflexão da classe:
Colegas,

considerando que:
1) Desde o início das suas atividades em 1984, o hospital mantido pela Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (CAA/MG) é deficitário; 2) Em 1999, a CAA/MG perdeu grande parte de suas receitas, que mantinham inclusive o hospital, com o fim do repasse legal das custas judiciais; 3) A partir da data supramencionada todo déficit anual do hospital tem sido suportado pela CAA/MG, com dinheiro do advogado mineiro; 4) A CAA/MG e a OAB/MG não recebem nenhuma verba pública para manutenção do hospital, que é utilizado em sua grande maioria pela população em geral, e não pelos advogados; 5) O número de advogados e advogadas que utilizam o hospital é muito pequeno, representando percentual inferior a 10%. Além disso, mais de 90% dos atendimentos feitos à população são realizados por meio de convênios médicos; 6) O número de leitos (28 leitos e 4 CTIs) é insuficiente para abrigar um hospital de atendimento geral, conforme pareceres especializados, inclusive do CRM; 7) O espaço físico é insuficiente para as ampliações necessárias;8) Seria necessário investimento superior a R$10 milhões para manter o hospital em funcionamento, garantindo eficiência e segurança operacional; 9) Déficit mensal é significativo, desde a fundação do hospital, impedindo investimentos na verdadeira vocação da CAA/MG de conceder auxílio e apoio aos advogados mineiros; 10) Que a OAB/MG e CAA/MG estão arcando com despesas de um hospital que não atende o advogado, em especial o colega do interior, muitas vezes privado de benefícios em razão dos gastos da CAA/MG com a população em geral, maior usuária da unidade hospitalar; 11) Será mantida a destinação hospitalar ao edifício, havendo toda uma reestruturação administrativa e física do prédio que abriga o hospital, por meio de parcerias e convênios, mantendo o compromisso da OAB/MG e CAA/MG em assegurar um atendimento médico qualificado. Diante de todo exposto, as diretorias da OAB/MG e da CAA/MG, com apoio unânime do Conselho Seccional, eleitos para administrar com responsabilidade os recursos dos advogados mineiros, comunicam que está em fase adiantada um estudo de reestruturação das atividades hospitalares que serão desenvolvidas no local.  A medida, de pronto, representará economia mensal de R$ 450 mil, que serão revertidos em benefícios para toda a classe.O prédio que abriga o hospital passará por uma reforma física, sem recursos dos advogados, motivo que obrigou a suspensão das atividades, que serão retomadas com nova estrutura administrativa e funcional. Em breve serão comunicados as parcerias e convênios a serem firmados.

Atenciosamente, 

Conselho Seccional Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas GeraisCaixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais 


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