Há dias ligou-me uma despachante conhecida contando as desventuras da sua cliente, que por acaso, litiga contra a minha. No dia anterior ligou-me a própria parte ex-adversa, explicamos que não poderíamos tratar com ela por questão ética, somente com seu advogado. Explicou a despachante que o advogado em questão declarou que está com medo de conversar conosco.
Como assim? Só porque dissemos que é preciso um alvará para vender o bem em inventário?
A informação do temor do causídico em relação à nossa pessoa deixou-nos um tantinho preocupados. Logo nós, de prática quase budista no que se refere às relações cordiais entre colegas?
O que na nossa conversa telefônica há meses terá despertado tal sentimento nefasto no colega? Logo nós, adeptos fervorosos da Ahimsa (não-violência) e que rezamos diuturnamente na cartilha da urbanidade?
Depois de matutar e receber uma providencial informação, matamos a charada: o colega é criminalista, informou a despachante. Ah, bom. É disso que se trata. E já estamos em remoção de inventariante e acirrada prestação de contas.
Para aqueles que insistem que "Direito é tudo igual", dizemos: "né, não." É como diziam os antigos: o sapateiro não vá além das sandálias.
Não se arvorem os criminalistas a dar seus pitacos no cível, que não dá certo. Nosotros sequer pisamos nos cartórios criminais e não distinguimos uma notitia criminis de uma queixa-crime. Que vêm a ser a mesma coisa, supomos na nossa ignorância penal.
É como diz o Dr. Moisés (Carmo do Rio do Claro-MG), há horas num processo em que a única saída é substabelecer.
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