O
advogado não deve ceder à pressão, anotem jovens advogados. É pura verdade. Mas
só terão força para fazê-lo quando não forem mais tão jovens. Há coisas que só
a maturidade traz; outras a maturidade jamais trará.
É
voz corrente que advogados são enrolados. É, e não é verdade. A verdade (...) é uma quimera (Marco Aurélio Melo no julgamento do mensalão). Achei
lindo isso.
Advogados
e marceneiros são enrolados. É que o ofício é complexo e depende de muita coisa
e muita gente. Vai daí...
O
cliente te traz um belo abacaxi e desembrulha sobre sua mesa de trabalho. Tenho pressa, sabe? E liga sempre, e aí,
dra., já resolveu? Um
caso difícil, uma questão complexa, que ele (a) cliente levou anos para
construir e ajudar a complicar, agora tem que ser resolvida, assim, de estalo. Afinal, o Direito é tão simples, não?
Nada
disso, caríssimos. Só nesta semana tive dois exemplos candentes. Enviaram-me
dois documentos redigidos, certamente, por advogados. Pela redação, daqueles
que acham tudo simples. Estavam os documentos uma “beleza”, uma “salada rápida”,
inservíveis ao fim que pretendem.
O
outro caso serviu para avivar a crença no feeling
jurídico: “isso não está cheirando bem”, “vai dar confusão”, “o caso é mais
difícil do que parece”. Dito e feito. A experiência comprovou que a impressão
estava certa.
Um certo tempo gasto, debruçado, ruminando a questão, estudando, não será perdido, por mais que o cliente ligue, E aí, dr(a).? Tudo pronto? O tempo se vinga das coisas feitas sem o seu auxílio (Eduardo Couture). Resista, jovem advogado, a correr para o fórum. Certifique-se, antes, das suas razões.
Um certo tempo gasto, debruçado, ruminando a questão, estudando, não será perdido, por mais que o cliente ligue, E aí, dr(a).? Tudo pronto? O tempo se vinga das coisas feitas sem o seu auxílio (Eduardo Couture). Resista, jovem advogado, a correr para o fórum. Certifique-se, antes, das suas razões.
Sob pressão, não.
É Dra. Valéria confesso que essa postagem veio a calhar. Estou vivendo exatamente isso, porém, com uma AGRAVANTE. A de morar no interior e encontrar-me com os clientes a todo momento. Na padaria, no supermercado, na esquina, no happy hour, na academia... Quando eu pensava que já havia acontecido de tudo, um cliente ligou-me em pleno domingo de carnaval e, pasme, não era uma emergência, ele apenas queria saber o andamento do seu processo. Mas advogar é isso, é pra quem gosta! No meu primeiro dia de trabalho, aqui no interior, os colegas do escritório já me precaveram: "Advogado de interior se torna pessoa pública." Eis que o que eu inocentemente acreditava ser uma "falácia" se concretiza dia a dia....rsrs... Melhor pensar na ATENUANTE. A de que me torno, a cada dia que passa, mais advogado!
ResponderExcluirAbraço Dra. Valéria. Sempre muito bom ler as postagens aqui do blog!
Bruno Cézar Gomes Fonseca - advogado