segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Fale de modo que eu te entenda


Parece que avisados do fim do recesso forense,

Tão curto, oh, céus, sequer deu pra arrumar em ordem a vida. Jamais dará, avisam as pitonisas de plantão. Tocamos a tropa com pouca arrumação, que já dá fôlego e alguma ordem.

aparecem logo cedo os clientes de volta, pelo telefone.

Depois de falar com uma das mulheres mais doces e simples que conheço, uma dama que tem como função a de servente em escola infantil, ouço a leitura de uma intimação que o irmão dela recebeu.

Depois de ouvir a peça concluo que a nossa justiça é anacrônica, a linguagem é do tempo de El Rey. O jurisdicionado, pobrezinho, jamais entenderá, se há, até, advogados que não entendem.

Se já reformaram até a língua portuguesa, (o acordo ortográfico já está valendo), está passando da hora de simplificar a linguagem do foro para algo inteligível à maioria dos seres, direto e claro.

Marco Aurélio que não nos ouça.

Além de reclamar, também me proponho. Estamos às ordens para ajudar a reduzir as pomposas, solenes e obscuras intimações aos leigos em linguagem normal.

Justiça para todos passa pelo vocabulário. O acesso à justiça inclui também a linguagem. Ou vamos nos aferrar ao reduto do juridiquês como um trunfo que delimita o espaço entre nós e eles, os outros, os leigos. Precisamos nos dar tal importância?

Creio que não, novos tempos, nova linguagem.

2 comentários:

  1. Havia um professor na faculdade que dizia: "Escrever bem é explicar o difícil usando palavras simples, de forma que todos possam entender". Isso me marcou muito!
    Abraço Dra. Valéria! Um 2013 brilhante!

    Bruno Cézar Gomes Fonseca - advogado

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  2. Olá, Bruno, ótimo professor o seu. Só faltou homenageá-lo, citando-lhe o nome. Grata sempre pelos seus comentários pertinentes. Grata pelo voto, que seu ano seja também brilhante. Abraços.

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