No Rio
União homoafetiva convertida em casamento pelo TJRJ
A 8ª câmara Cível do TJ/RJ decidiu,
por unanimidade, converter em casamento a união estável homoafetiva de um casal
que vive junto há oito anos. O pedido de conversão, feito em outubro de 2011,
foi indeferido pelo juízo de Direito da vara de Registros Públicos da capital.
O desembargador acrescentou que, se a
Constituição Federal determina que seja facilitada a conversão da união estável
em casamento, e se o STF determinou que não fosse feita qualquer distinção
entre uniões hétero e homoafetivas, "não há que se negar aos requerentes a
conversão da união estável em casamento, máxime porque consta dos autos a prova
de convivência contínua, estável e duradoura".
"Ressalte-se, por oportuno, que
o Direito não é estático, devendo caminhar com a evolução dos tempos,
adaptando-se a uma nova realidade que permita uma maior abrangência de
conceitos, de forma a permitir às gerações que nos sucederão conquistas dos mais
puros e lídimos ideais", concluiu Francisco.
·
Processo: 0007252-35.2012.8.19.0000
Em Brasília
O pirilampo se
anuncia
Depois de baixar a poeira e serenados os ânimos cívicos e
jurídicos atiçados com a posse do ministro poeta na presidência do STF, passamos
o episódio pelo crivo da redação que foi imperdoável. Sim, Daniela (Mercury) desafinou
e perdeu o folêgo, esta aí o vídeo como prova irrefutável. As fashionistas da redação também não
deixaram por menos: precisava uma saia tão curta para a cantante? Inadequado, disseram
balançando negativamente o corte Chanel no último.
E quanto à cereja do
bolo do dia tal de abril? Por Juno, teremos que enfrentar a questão. Que momento íntimo desnudado assim em plenário,
ou estaremos sendo imaginosos demais? E a jura
de amor, e a mulher dos sonhos? Estávamos
mesmo na posse no Supremo e não no chá das cinco da ABL? Mesmo lá soaria um
tanto inadequado ao momento e lugar. Licença poética demais. Foi esse o resumo
do Blog, ainda hipotecada admiração ao ministro, mas com ressalvas aos
reiterados arroubos românticos, levemente deslocados no tempo e espaço.
Quanto amor declarado enquanto sob as togas e nos jornais
digladiam-se ministros e em público.
O
entrevero (um dos)
Tudo recomeçou em entrevista do Ministro
Peluso ao site "Consultor
Jurídico", na qual o então presidente do STF criticou colegas, a
presidente Dilma Rousseff e um senador.
O senador Dornelles disse não acreditar que
"um presidente do Supremo tenha feito declaração desse nível".
Dois
dias depois de ser chamado de inseguro e dono de "temperamento
difícil" o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa devolveu.
Em entrevista ao O Globo, Barbosa chamou o agora ex-presidente do STF de
"ridículo", "brega", "caipira",
"corporativo", "desleal", "tirano" e
"pequeno". Não acabou: acusou Peluso de manipular resultados de
julgamentos de acordo com seus interesses, e de praticar "supreme
bullying" contra ele por seus problemas de saúde.
Para
Barbosa, Peluso não deixa legado ao STF: "As pessoas guardarão a imagem de
um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas
quando se tratava de impor à força a sua vontade."
"O Peluso se acha. Ele não sabe perder. A
Eliana [Calmon] ganhou todas. E ele diz que ela não fez. E ela fez muito, não
obstante os inúmeros obstáculos que ele tentou criar", disse ao O Globo.
Com
a tenda armada nesse nível não é de se espantar que juiz do interior de Minas
tenha extrapolado e exposto toda sua veia cômica, ferina e sem qualquer elegância
em uma sentença. Quem quiser conferir: processo nº 0123815-24.2011.8.13.9223. Do planalto à terra de Adélia Prado
extrapolam as togas para além das canetas e dos autos.
Lembram-se
do que se dizia: o juiz só fala nos autos? Para onde foi isso?
Não
é que aprendíamos nos bancos da faculdade: a sentença deve ater-se às questões
jurídicas e deixar fora dos autos o subjetivismo, nada de emitir juízo de
valor, etc.? Mas o Presidente do STF disse com todas as letras, o sentimento, o lado direito do cérebro, a
jura de amor, a mulher dos sonhos? Ou sonhamos todos? Houve um “ácaro de
gabinete”? E o parto do rei na barriga? Não pense num fusca vermelho. Foi
impossível não realizar a imagem sugerida pelo ministro. Não foi nada agradável.
Por mais simpáticos à era de Aquarius e à cultura alternativa, inclusive à oriental, a citação do "terceiro olho", "o único olho que não é visto, mas justamente o que pode ver tudo", pelo presidente do STF, foi no nosso modesto entendimento, um pouco demais. Alternativo demais para a mais alta corte do pais. Coloquial d-e-m-a-i-s.
Comentário
do Blog: Arejar é preciso, mas um vendaval desses?
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