quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Sangue novo


Vi com satisfação que o titular da vara de família mudara, nada contra o magistrado anterior, é que, pensando bem, a condução da ultima audiência não havia sido nada boa. O juiz esteve visivelmente impaciente e cioso dos seus poderes por demais.

Durante a audiência novas e agradáveis surpresas, a nova titular era uma maestrina de primeira linha, simples, objetiva e sem qualquer afetação ou pompa. Repito: simples, objetiva, sem qualquer afetação ou pompa.

Dias antes conversei com o cliente sobre a possibilidade de partir para uma mediação, já havia se passado um ano da audiência anterior, e tome juntada de documento de cá e de lá, debates acirrados e até alegações finais já haviam sido apresentadas.

Eis que a nova titular resolveu marcar nova audiência de conciliação. A diferença na condução do processo (e para melhor) nota-se também pela linguagem utilizada no despacho: citou que o novo Código de Processo Civil preconiza a ampla participação de todos os sujeitos processuais além de possibilitar a negociação processual e entendia que o saneamento compartilhado melhor atende a nova ordem processual. Avisou que na audiência haveria um diálogo processual e que as partes deveriam comparecer cientes deste propósito e deveriam também participar efetivamente da construção compartilhada da decisão saneadora.

Outro patamar, é o que se pode dizer.

Na conversa de dias antes o cliente recusou a hipótese de mediação, o que menos queria era conversar com a outra parte. Vi depois que os argumentos que usei pró mediação não foram aceitos naquele momento mas fizeram a diferença durante a audiência, o cliente se dispôs a falar e a construir a solução. E saímos todos satisfeitos.

Isto foi possível por haver a juíza propiciado e incentivado este momento, conduzindo a audiência com firmeza e suavidade. Ótima conjugação.

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