Caso Obergefell vs Hodges
Ilustração - John Michigan Bursch argumentando para os juízes Sonia Sotomayor, Stephen Breyer, Antonin Scalia, Ruth Bader Ginsburg, Samuel Alito Jr. e Elena Kagan. (Dana Verkouteren /AP) |
A Suprema
Corte dos Estados Unidos julga desde terça-feira, 28/4 se os casais do mesmo
sexo tem o direito constitucional de se casar.
O caso na Suprema Corte reúne ações movidas contra quatro
estados americanos que baniram o casamento entre pessoas do mesmo sexo:
Michigan, Ohio, Tennessee e Kentucky. O julgamento vai discutir se a Constituição e as leis desses estados violam a 14ª Emenda da Constituição.
A 14ª emenda é a que garante a todos os cidadãos direitos iguais perante a lei, entre outras garantias individuais (como o direito ao devido processo legal). A garantia de direitos iguais a todos os cidadãos foi criada, através dessa emenda, para finalizar o processo de libertação dos escravos, logo depois da Guerra Civil.
Os estados do Sul que não queriam o fim da escravidão, lutaram
contra a aprovação dessa emenda. Hoje a maioria dos estados do Sul estão entre
os que baniram o casamento gay e outros foram forçados a aceitá-lo por decisão
judicial. Eles tendem a ser mais conservadores, enquanto os estados do Norte
tendem a ser mais liberais.
A decisão da Suprema Corte poderá unificar a posição de todo o
país sobre o casamento gay. Para tomar essa decisão, que será uma das mais
importantes do ano judicial, os ministros terão de responder a duas perguntas
fundamentais:
1) A 14ª Emenda requer que todos os estados concedam
licença de casamento entre duas pessoas do mesmo sexo?
2) A 14ª Emenda requer que um estado reconheça o casamento
entre duas pessoas do mesmo sexo, quando o casamento foi legalmente licenciado
em outro estado?
A Corte não faz sessões secretas, mas não
permite transmissões de suas audiências por televisão ou por rádio e nem mesmo
a gravação de vídeo. Há apenas uma gravação de áudio, que pode ser acessada por
alguns interessados mais tarde. O plenário da corte, apesar de aberto ao
público, só tem lugar para 250 pessoas.
Na quarta-feira (29/4), o jornal The
Washington Post
divulgou em algumas horas depois da audiência o áudio dos debates
entre os ministros e os advogados das partes.
São favoráveis ao casamento gay os ministros
liberais Stephen Breyer, Ruth Ginsburg, Sonia Sotomayor e
Elena Kagan; são contra o casamento gay os ministros conservadores John Roberts, Antonin Scalia, Clarence Thomas e Samuel Alito. O
ministro Anthony Kennedy, indeciso na questão, será o voto de minerva.
Dos nove, quatro
ministros indicados por presidentes democratas, votam de acordo com a linha
“liberal”, e quatro dos cinco ministros indicados por presidentes republicanos
votam na linha “conservadora”. Apenas o ministro Kennedy, indicado
pelo republicano Ronald Reagan, vota de acordo com suas convicções
jurídicas.
Na ala
conservadora estão o presidente da Corte, John Roberts (indicado por George
Bush) e os ministros Antonin Scalia (indicado por Ronald Reagan), Anthony
Kennedy (Ronald Reagan), Clarence Thomas (George Bush) e Samuel Alito (George
Bush). Na ala liberal, estão o ministro Stephen Breyer (indicado por Bill
Clinton) e as ministras Ruth Bader Ginsburg (Bill Clinton), Sonia Sotomayor
(Barack Obama) e Elena Kagan (Barack Obama).
The Washington Post vídeo
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