Que saudade dos lustres de cristal do Salão Nobre do Tribunal de Justiça de Minas, aquele espaço todo, o pé direito alto, as cadeiras de madeira de espaldar alto... São tantas as do Salão Nobre que os advogados podem até sentar-se nelas e ocupar a bancada, lá no fim da sala, bem longe, uns vinte metros dos julgadores lá na outra ponta.
Não é todo dia que transferem os julgamentos da sala apertada da câmara para o Salão Nobre. Os advogados, é claro, só descobrem a mudança na hora. Têm que sair perguntando, para onde foi a câmara tal?
Só assim podem os advogados privar de alguma pompa antiquada. Por pouco tempo, logo, logo, a rodo da modernidade do sistema Themis em nossos calcanhares, certamente este salão será fechado para museu do Judiciário Mineiro.
A sobriedade da sala atinge os presentes, que subitamente são atingidos por circunspecção e mal se cumprimentam, sussurram como num velório. Menos uma julgadora, que, à vontade, permanece mascando chiclete toda a sessão. Sem o menor constrangimento. Entende-se. Dizem que acalma sensivelmente a pessoa o movimento dos maxilares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O dia a dia de uma advogada, críticas e elogios aos juízes, notícias, vídeos e fotos do cotidiano forense