O
voto do relator
Joaquim Barbosa votou nesta segunda-feira
pela condenação de quatro réus ligados ao Banco Rural por gestão fraudulenta, sob
o argumento de que houve empréstimos "fictícios" ao PT e ao
valerioduto
Ele considerou culpados a dona do Rural,
Kátia Rabello, o ex-vice-presidente João Roberto Salgado, o vice-presidente
Vinícius Samarane e a ex-vice-presidente Ayanna Tenório. O crime de gestão
fraudulenta prevê pena de prisão de 3
a 12 anos-- a pena será definida ao final do julgamento.
Outros nove ministros precisam apresentar seus votos sobre este item da
denúncia.
Segundo Barbosa, os diretores do Banco
Rural participaram de "inúmeras fraudes" e de uma "cadeia de
ilicitudes" para simular empréstimos e favorecer ao PT e a agências de
Marcos Valério, considerado o operador do mensalão pelo Ministério Público. O
ministro também indicou que vai apontar crime de lavagem de dinheiro pela
instituição financeira no esquema.
Ele apontou como prova de gestão
fraudulenta a sucessiva renovação de empréstimos, a incorreta classificação dos
riscos, a desconsideração da insuficiência financeira dos mutuários e suas
garantias e a não observância de normas aplicadas pela área técnica e jurídica
do Banco Rural.
Segundo Barbosa, o banco aceitou garantias
insuficientes do ex-presidente do partido José Genoino e do ex-tesoureiro
Delúbio Soares, também réus, para a concessão de empréstimo de R$ 3 milhões ao
PT, que foi "rolado" por dez vezes pelo Rural. (Fonte: Folha de SP, 04/09/2012).
O
voto do revisor
Ricardo Lewandowski votou nesta
segunda-feira pela condenação da dona do Banco Rural Kátia Rabello e do
ex-vice-presidente da instituição José Roberto Salgado por gestão fraudulenta.
Lewandoswski ainda não concluiu seu voto
e na próxima sessão, na quarta-feira (5), deve retomar a análise da denúncia
contra outros dois réus ligados ao banco. (Fonte: Folha de SP, 04/09/2012).
Comentário
do Blog: para cada réu condenado relembro seu advogado na tribuna. José Carlos Dias falou da bailarina, da artista, da
mulher delicada que não sabia operar o banco e teve que ocupar a cadeira pelo
acidente trágico que vitimou a irmã, Kátia Rabelo. E acrescentou: é uma mulher de bem. Maurício Campos Júnior
esforçou-se na defesa técnica. Vejo agora, com as condenações, que foi em vão.
Mas é impositivo que seja feita a ampla defesa. A derradeira defesa oral. Dizem
os advogados dos réus pela imprensa que encaminharão novos memoriais aos
ministros. A força de um memorial a essa altura do campeonato. Lembro-me do índio
Pedro que antevira sua morte “acerca dun arbol” e se recusou a fugir, seu
destino estava traçado (Érico Veríssimo, em Ana Terra). É o caso, me parece.
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