terça-feira, 4 de setembro de 2012

O núcleo bancário: início com condenação

O voto do relator

Joaquim Barbosa votou nesta segunda-feira pela condenação de quatro réus ligados ao Banco Rural por gestão fraudulenta, sob o argumento de que houve empréstimos "fictícios" ao PT e ao valerioduto
Ele considerou culpados a dona do Rural, Kátia Rabello, o ex-vice-presidente João Roberto Salgado, o vice-presidente Vinícius Samarane e a ex-vice-presidente Ayanna Tenório. O crime de gestão fraudulenta prevê pena de prisão de 3 a 12 anos-- a pena será definida ao final do julgamento. Outros nove ministros precisam apresentar seus votos sobre este item da denúncia.
Segundo Barbosa, os diretores do Banco Rural participaram de "inúmeras fraudes" e de uma "cadeia de ilicitudes" para simular empréstimos e favorecer ao PT e a agências de Marcos Valério, considerado o operador do mensalão pelo Ministério Público. O ministro também indicou que vai apontar crime de lavagem de dinheiro pela instituição financeira no esquema.
Ele apontou como prova de gestão fraudulenta a sucessiva renovação de empréstimos, a incorreta classificação dos riscos, a desconsideração da insuficiência financeira dos mutuários e suas garantias e a não observância de normas aplicadas pela área técnica e jurídica do Banco Rural.
Segundo Barbosa, o banco aceitou garantias insuficientes do ex-presidente do partido José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares, também réus, para a concessão de empréstimo de R$ 3 milhões ao PT, que foi "rolado" por dez vezes pelo Rural. (Fonte: Folha de SP, 04/09/2012).

O voto do revisor

Ricardo Lewandowski votou nesta segunda-feira pela condenação da dona do Banco Rural Kátia Rabello e do ex-vice-presidente da instituição José Roberto Salgado por gestão fraudulenta.
Lewandoswski ainda não concluiu seu voto e na próxima sessão, na quarta-feira (5), deve retomar a análise da denúncia contra outros dois réus ligados ao banco.  (Fonte: Folha de SP, 04/09/2012).

Comentário do Blog: para cada réu condenado relembro seu advogado na tribuna. José Carlos Dias falou da bailarina, da artista, da mulher delicada que não sabia operar o banco e teve que ocupar a cadeira pelo acidente trágico que vitimou a irmã, Kátia Rabelo. E acrescentou: é uma mulher de bem. Maurício Campos Júnior esforçou-se na defesa técnica. Vejo agora, com as condenações, que foi em vão. Mas é impositivo que seja feita a ampla defesa. A derradeira defesa oral. Dizem os advogados dos réus pela imprensa que encaminharão novos memoriais aos ministros. A força de um memorial a essa altura do campeonato. Lembro-me do índio Pedro que antevira sua morte “acerca dun arbol” e se recusou a fugir, seu destino estava traçado (Érico Veríssimo, em Ana Terra). É o caso, me parece.

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