quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mensalão: aparece a viagem a Portugal



A sessão de quarta-feira

Das mais tensas do julgamento do mensalão.

Lewandowski considerou culpados por corrupção passiva: Roberto Jefferson (PTB) e o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), mas os inocentou de lavagem de dinheiro. Absolveu o ex-primeiro-secretário do PTB Emerson Palmieri.

Foi o estopim para nova discussão com Barbosa.

O ministro disse que tinha "dúvidas" e que não ficou comprovada a participação de Palmieri no esquema, apesar de Palmieri ser considerado a "alma" do partido e ser "onipresente", sua efetiva presença no esquema não estava clara.

A viagem a Portugal

Ministros questionaram a presença de Palmieri na viagem feita por Marcos Valério a Portugal na Telecom Portugal. Segundo a denúncia, Valério se apresentou como do PT do Brasil. Na avaliação do revisor, Palmieri não tinha noção do que fazia na viagem. (ai,ai,ai).

Barbosa qualificou a viagem de “bizarra” e repetidas vezes demonstrou sua indignação com a viagem do trio e o fato de Valério apresentar-se à presidência da empresa portuguesa como representante do partido ascendido ao poder no Brasil. Com que prerrogativas?

Pelo que assisti, quase à noite, e pelo que falou Barbosa, creio que ele assistia à sessão pela televisão, talvez do seu gabinete, (as dores). Diante do que ouviu do revisor saiu incontinenti e assomou ao plenário, a postos e de voz tonitruante para retrucar o colega.

Seguiu-se bate-boca constrangedor. Disse Barbosa disse que os ministros não podiam fazer "vistas grossas" aos autos. Ministros se posicionaram, Barbosa foi admoestado por Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e pelo presidente Carlos Ayres Britto.

Marco Aurélio criticou a agressividade do relator, pediu que policiasse suas palavras e respeitasse o STF.

Disse Lewandowsky: “Talvez devido à minha formação filosófica, sou advogado, não tenho as certezas de V.Exa..” . (Alto lá, Excia, nós advogados temos também nossa cota de certezas).

Vai daí que tivemos a impressão, quiçá estejamos enganados, que o ministro revisor passou o tempo a justificar seu voto de forma quase a se desculpar pelo entendimento professado. E cometeu um daqueles gestos que esses manuais de leitura corporal apontam como denunciador de, digamos, falta de convicção. Curiosos? Vão continuar.

E teve mais: como os demais ministros nem o ouvissem mais, agradeceu efusivamente ao cordial presidente pela atenção que prestava às suas palavras. Veio o sorriso satisfeito e sempre lhano de Ayres Britto, um verdadeiro lorde.

A sessão de quinta-feira

Jefferson foi condenado por corrupção passiva, votos de Mendes, Joaquim Barbosa, Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Com seis votos a favor, a maioria dos ministros votou nesta quinta-feira (27) pela condenação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) por corrupção passiva e do sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado por lavagem de dinheiro. 

A condenação ocorreu com o voto de Toffoli. Ele condenou Corrêa e o deputado Pedro Henry (PP-MT) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pediu a condenação de Quadrado por lavagem de dinheiro, que teria participado do esquema para ocultar a origem do dinheiro do PP recebido do valerioduto. Absolveu o ex-assessor João Claudio Genu dos dois crimes. Toffoli não analisou a acusação de formação de quadrilha.

Como o revisor, Toffoli absolveu Henry dos dois crimes e Corrêa da lavagem, ainda não há maioria pela condenação nesses casos. O deputado, no entanto, está a um voto da condenação por corrupção e lavagem.

Comentário da editoria de moda sobre a participação do ministro Toffoli no julgamento: gravata medonha. Mais não se disse.

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