A sessão de quarta-feira
Das mais
tensas do julgamento do mensalão.
Lewandowski considerou culpados por corrupção passiva: Roberto
Jefferson (PTB) e o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), mas os inocentou de
lavagem de dinheiro. Absolveu o ex-primeiro-secretário do PTB Emerson Palmieri.
Foi o estopim para nova discussão com Barbosa.
O ministro disse que tinha "dúvidas" e que não ficou
comprovada a participação de Palmieri no esquema, apesar de Palmieri ser
considerado a "alma" do partido e ser "onipresente", sua
efetiva presença no esquema não estava clara.
A viagem a Portugal
Ministros questionaram a presença de Palmieri na viagem feita por
Marcos Valério a Portugal na Telecom Portugal. Segundo a denúncia, Valério se
apresentou como do PT do Brasil. Na avaliação do revisor, Palmieri não tinha
noção do que fazia na viagem. (ai,ai,ai).
Barbosa qualificou a viagem de “bizarra” e repetidas vezes
demonstrou sua indignação com a viagem do trio e o fato de Valério
apresentar-se à presidência da empresa portuguesa como representante do partido
ascendido ao poder no Brasil. Com que prerrogativas?
Pelo que assisti, quase à noite, e pelo que falou Barbosa, creio
que ele assistia à sessão pela televisão, talvez do seu gabinete, (as dores). Diante
do que ouviu do revisor saiu incontinenti e assomou ao plenário, a postos e de
voz tonitruante para retrucar o colega.
Seguiu-se bate-boca constrangedor. Disse Barbosa disse que os
ministros não podiam fazer "vistas grossas" aos autos. Ministros se
posicionaram, Barbosa foi admoestado por Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e
pelo presidente Carlos Ayres Britto.
Marco Aurélio criticou
a agressividade do relator, pediu que policiasse suas palavras e respeitasse o
STF.
Disse Lewandowsky: “Talvez devido à minha formação filosófica, sou
advogado, não tenho as certezas de V.Exa..” . (Alto lá, Excia, nós advogados
temos também nossa cota de certezas).
Vai daí que tivemos a impressão, quiçá estejamos enganados, que o
ministro revisor passou o tempo
a justificar seu voto de forma quase a se desculpar pelo entendimento
professado. E cometeu um daqueles gestos que esses manuais de leitura corporal
apontam como denunciador de, digamos, falta de convicção. Curiosos? Vão
continuar.
E teve mais: como os demais ministros nem o ouvissem mais,
agradeceu efusivamente ao cordial presidente pela atenção que prestava às suas
palavras. Veio o sorriso satisfeito e sempre lhano de Ayres Britto, um
verdadeiro lorde.
A sessão de quinta-feira
Jefferson
foi condenado por corrupção passiva, votos de Mendes, Joaquim Barbosa, Lewandowski,
Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Com seis votos a favor, a maioria dos ministros votou nesta
quinta-feira (27) pela condenação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) por
corrupção passiva e do sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado por
lavagem de dinheiro.
A condenação
ocorreu com o voto de Toffoli. Ele condenou Corrêa e o deputado Pedro Henry
(PP-MT) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pediu a
condenação de Quadrado por lavagem de dinheiro, que teria participado do
esquema para ocultar a origem do dinheiro do PP recebido do valerioduto. Absolveu
o ex-assessor João Claudio Genu dos dois crimes. Toffoli não analisou a
acusação de formação de quadrilha.
Como o revisor,
Toffoli absolveu Henry dos dois crimes e Corrêa da lavagem, ainda não há maioria
pela condenação nesses casos. O deputado, no entanto, está a um voto da
condenação por corrupção e lavagem.
Comentário da editoria de
moda sobre a participação do ministro Toffoli no julgamento: gravata medonha. Mais não se disse.
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