quinta-feira, 29 de março de 2012

O fiel da balança


Para manter a balança equilibrada, a justa homenagem do Blogue a um vero Magistrado:


Des. José Antônio Braga


O desembargador José Antônio Braga, da 9ª Câmara Cível do TJMG participou de sua última sessão de julgamento, na terça-feira, 27 de março, aposenta-se em 1º de abril. Recebeu homenagens dos colegas, de representantes do Ministério Público, de advogados, servidores, assessores e de membros de sua família. 

Em sua despedida, o desembargador de 62 anos, que deixa a magistratura após 50 anos de contribuição previdenciária, agradeceu à família, aos companheiros de câmara, aos servidores de 1ª e 2ª Instância, às equipes de taquigrafia e de apoio, aos assessores e ex-colaboradores, aos estagiários e ao seu motorista. Ele se disse “confortado” pelas palavras dos amigos, mas confessou estar cansado de conviver com a “indústria do dano moral”, o excesso de recursos protelatórios, a presença de critérios políticos na indicação de membros dos tribunais superiores, o excesso de pedidos de justiça gratuita. “O gás acabou”, concluiu. 

Sustentou que continua sendo alguém inquieto, em busca da verdade, reafirmando que confia no Judiciário e na renovação. Aproveitando para “quebrar a sisudez do Tribunal” e dando um tom positivo à derradeira sessão de julgamento, o desembargador encerrou sua fala cantando – e sendo aplaudido de pé. 

Recordando a época em que trabalhou como juíza substituta em Mariana, comarca em que José Antônio Braga foi titular, Ana Paula Nannetti Caixeta, da 33ª Vara Cível da capital, observou que aprendeu com o magistrado a dignidade, a sabedoria e a seriedade. “Ele repreendia o réu sem deixar de zelar pela cadeia e pela família do preso. Conhecia particularidades e problemas dos servidores, era compreensivo e tolerante. Ao fim do expediente, costumava tocar violão para todos. Guardava uma caixa de ferramentas no fórum: as mesmas mãos que digitavam despachos trocavam lâmpadas”, relatou. 

Em nome do gabinete, a assessora Carolina, emocionada, agradeceu ao desembargador por sua simplicidade, humildade, bondade e solidariedade. “Ele nos ensinou que quem tem poder não precisa se julgar melhor que os outros. Nós, seus discípulos, nunca nos esqueceremos de como ele defendia que todos merecem ser tratados com dignidade”, falou.  (Fonte: Asscom TJMG)

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