Da série O Autor na Academia
Esteve ontem na Academia Mineira de Letras, em Belo Horizonte, o escritor Ignácio de Loyola Brandão. Nem é preciso dizer que encantou o público, a intelligentsia local e jovens, muitos jovens, ávidos de perguntas.
Ignácio veio lançar Os olhos cegos dos cavalos loucos, um acerto de contas com a infância, supomos. E falar ao público sobre o ofício de escrever e as inspirações da vida. Um filtro intuitivo foi sua definição do que seja um escritor, exemplificando com passagens de sua vida que inspiraram contos e romances e que receberam, posteriormente, interpretações de críticos que sequer suspeitava. Daí o termo.
Para quem não foi e perdeu, aqui está o Blog para suprir a grave falta cultural.
O desfecho na impagável narração do exame de matemática em Araraquara/SP na década de cinquenta:
A seguir, uma lembrança deixada pela platéia, conspurcando a cena, e olhem que o autor falou sobre o desprazer de ir ao cinema hoje em dia com tanto refrigerante, pipoca e afins nas salas.
O alerta intuitivo do autor não adiantou. A assistência permaneceu embotada, imersa na cultura de massa mesmo no recinto da Academia Mineira de Letras, bem defronte do busto de La Pensée, entronizada sobre o veludo verde com o dístico da Academia que veste a tribuna no palco.
Mais uns 300 anos de caminhada e cultura e a lata não será mais vista ao fim da sessão. Até o próximo encontro que "celebre a cultura, amplie os horizontes e alimente a alma".
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