Uma simples ida ao fórum rende assunto para mais de metro. Estas imagens foram feitas na terça-feira a um quarteirão do Fórum Lafayette no Barro Preto. No mesmo quarteirão convivem pacificamente, até o momento, advogados que vilipendiam a profissão e a Escola Superior de Advocacia da OAB/MG.
De quem é a culpa? De todos nós, presumimos. Fazemos o mea culpa a caminho do fórum. Não é exatamente o que viemos fazer hoje aqui? Prestar graciosamente serviço a um ex-cliente? Uma, duas diligências sem lembrar-lhe que o contrato terminou e agora são outras favas e quinhentos mil réis.
Portanto, o meritíssimo juiz de família que hoje em audiência sapateou nos advogados e nas testemunhas que aguardavam sabe bem o que faz.
Pergunta-se: por que o juiz não atendeu o pedido da advogada para liberação imediata das testemunhas dispensadas pelas partes? E devidamente informado que uma delas estava a perder compromisso na escola do filho? A audiência atrasou somente uma hora e meia, diga-se.
Qual a graça de reter inutilmente quatro pessoas no corredor cinza do fórum nas confortáveis cadeiras de plástico até o fim da audiência?
Para que fazer perguntas embaraçosas, desrespeitosas para a parte, só para justificar um indeferimento?
E forçar acordo, segundo o que ele, meritíssimo, entende como justo? E ironia para pressionar o advogado, desejando boa sorte na sentença?
A toda ação corresponde uma reação de igual força e em sentindo contrário. Teve volta, mas não entraremos em detalhes. Algo em torno de "o tribunal está aí é para isso mesmo".
E o serviço da vara não está lá essas coisas. Funcionários confessaram para a advogada da audiência anterior que não entendem nada do processo eletrônico. Nos processos físicos os advogados têm que revisar o rascunho da ata, lotada de erros, autor no lugar do réu e vice-versa, número de filhos errado. Parece que foi colado da audiência anterior. E o juiz como um feitor, ainda reclama se encontrado novo erro depois da revisão. Eles podem errar, os advogados ao corrigi-los, não.
Ainda lidamos com hipóteses, talvez exercício desmesurado de poder, aquele mau humor notável, deve ser a remuneração ou a falta de garantias e ainda ter que aturar advogados que não querem fazer acordo.
Teve mais, impugnação oral, na hora da contestação de trocentas páginas. Não tem problema, apesar do número de páginas o tema que interessa é um só. Para que a advogada tem que falar difícil? Benesse? O que é isso? Saiu "benecie". Nova revisão e impressão para desgosto do presidente da audiência. Estão gastando papel demais, essa é a verdade.
Vejam, está tudo ligado, uma profissão vilipendiada a um quarteirão da sala de audiência merece mesmo ser calcada aos pés.
A tarde, como se vê, foi bastante animada, dentro e fora da sala da audiências. Teve briga no corredor por motivos religiosos com intervenção de dois policiais. Teve mãe de divorciado, agradecida, que cobriu o defensor público de beijos e abraços. Uma tarde inesquecível.
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ResponderExcluirCaro Anônimo, não nessa vara, pois houve audiência de divórcio em processo eletrônico, embora as outras varas não façam. Como os funcionários ainda não sabem lidar com o sistema, a audiência sequer constava da pauta. Como se sabe, cada vara tem seu próprio Código de Processo Civil segundo manda seu titular.
ExcluirSem falar no absurdo de ver a mercantilização da profissão, ao vivo e a cores na TV, todos os dias a partir de 12h15min,, patrocinando programa esportivo de grande audiência (Alterosa Esporte), com divulgação do telefone do escritório (cujo nome não aparece) para "saber mais" sobre como melhorar sua aposentadoria no INSS. Ao ligar ficamos sabendo que se trata de um grande escritório de advocacia, especializado em "desaposentação". E a nossa OAB não sabe de nada, não vê nada. Lamentável.
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