sexta-feira, 13 de junho de 2014

No caminho das varas da Fazenda tinha uma praça

Dia de Santo Antônio, sexta-feira 13, dia de casual day, hoje não vamos queixar de nada, não que não haja motivo, é que finalmente andou um processo que estava dormindo há mais de um ano. Não andou por artes mágicas, foi preciso um monte de providências, telefonemas, cartas registradas, queixas formais a quem de direito, carimbos e protocolos.
Quando na palestra desta semana do professor Arno Wehling (vide neste Blog), o Poder Judiciário no Brasil Colonial, fomos lembrados de onde viemos, soubemos na hora que às vezes queremos demais, exigimos demais, serviços de primeiro mundo e a jato. É sempre bom um choque de realidade. Escassez de recursos, imensidão territorial, o tempo administrativo dependendo do além-mar, normas profusas e confusas, leis editadas sob a pressão do momento, o força do patrimonialismo. Uma herança dessas deixa suas marcas.

Aprendemos no livro do professor Wehling, Formação do Brasil Colonial que "a história é um grande presente e não apenas um passado" (Alain, Les Aventures Du Coeur). E mais essa aqui, Fernand Braudel, francês, dizia que ao historiador do século XX estudioso do período colonial, bastava adentrar o país em algumas dezenas de quilômetros para encontrar o século XVIII.  Há 110 anos Capistrano de Abreu, cearense, afirmava o mesmo. Tudo no livro.

Então, concluímos que é quase um milagre estarmos já na era do processo digital com o Brasil colônia ainda nos calcanhares. Daí porque a máquina estatal não funciona direito.  

Para nossos leitores de todo o Brasil e quiçá, do mundo, cenas da Praça da Liberdade hoje de manhã, que foi centro administrativo de Minas Gerais, estilos arquitetônico e paisagístico de influência francesa. Cercada de prédios de estilo neoclássico que hoje abrigam museus, este logo abaixo foi depredado ontem, por manifestantes anticopa. É o Memorial da Vale, com sala multimídia dedicada à Inconfidência Mineira. Não conferimos se destruíram todas as peças de barro do Vale do Jequitinhonha nem o teatro barroco instalado.


Na praça hoje coexistiam pacificamente os habitantes e a vibrante torcida dos conterrâneos de García Marquez. A praça é do povo.





Aqui também coexistem pacificamente o clássico e o moderno, o prédio de Oscar Niemeyer acompanhado na foto do tradicional ipê rosa, já florindo. Leitores de outros estados da federação estranharão, mas aqui em Minas a floração dos ipês é matéria de jornal, com foto a cores. 


Olhando para o passado, para o presente e para nossos próprios pés. Caminhamos por certo, mas ainda tem muito chão, e detrás de morro tem morro. Bom fim de semana.


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