Seguinte: a caráter fomos à Vara, ao lado no balcão lídima representante da ala popular da advocacia, a advogada de saia curta e cabelo na cintura que chama a serventuária de "ô, moça". Como se sabe o fórum é grande e cabe todo mundo nessa nau. Levou quinze minutos para o processo ser encontrado e descobrimos que, ops, a manifestação do réu não havia sido ainda juntada, estava lá mofando (tem chovido muito em Belo Horizonte). Foi prontamente juntada, para isso serve a presença do advogado no balcão, vamos impulsionar a máquina. A servidora do balcão contou para a servidora que junta as petições aos autos a história que havíamos contado (o texto da petição), e novamente repetimos o teor à juíza que nos recebeu passada meia hora. Meia hora no corredor do fórum é um nada no meio de um processo. A vara em questão fica quase defronte à sala dos juízes, e pudemos acompanhar a chegada de um a um para hora do lanche.
Chegamos à conclusão que ninguém lê as petições, daí sugerimos a criação do cargo de Leitor em cada vara, mas um leitor qualificado, tem que ligar o tico no teco e dar seguimento, consequência. É por isso que o processo para. Falta o leitor qualificado, por isso o advogado além de peticionar, tem que atalhar a petição e ir explicar de viva voz o que pediu, o que aconteceu depois e o que deve acontecer agora, como o despacho, por exemplo. Funciona ou não funciona?
Parece que, depois da carga de lenha, o carro voltará a andar.
O melhor desse artigo é que não nos deixa argumentos para eventuais comentários. Disseca os entretantos desse aspecto do andamento processual em todo o país nos mostrando que parece vício de caráter nacional. Aqui, a quase mil quilometros daí, é igualzinho, Só a sala de lanches que é uma mera desculpa pra parar o trabalho por mais de uma hora todos os dias. E o Advogado, ora o Advogado. Só me interessa depois da minha aposentadoria. Aí ficamos colegas, mas amigos...
ResponderExcluirCaro José Roberto, grata por erigir minhas postagens à categoria de artigo e pelos generosos elogios. Como se vê, o mal é nacional, o sistema funciona muito mal. Mas nada de severidade com o lanche dos magistrados, como se diz aqui em Minas, saco vazio não para em pé. Abraços, caro colega.
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