quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Demorou, mas saiu

Antigamente o juiz despachava assim: "Chamo o processo à ordem" e punha ordem na casa, voltava o carro para os trilhos. Ultimamente são os advogados que fazem esse papel de correção de rumos. Hoje, no último dia do ano forense, tivemos uma grata surpresa. O juízo e o MP de determinada vara de sucessão da capital caíram em si e pararam de determinar diligências inúteis (como mandar o Oficial de Justiça passear no aprazível Minas Tênis Clube para avaliar uma cota cujo imposto há muito já estava nos cofres do Estado ou requerer certidão de IPTU quando não há um único bem imóvel no monte-mor), enquanto a viúva e os menores esperam o alvará para levantar o dinheiro.


Chegaram ao cúmulo de mandar o Oficial de Justiça intimar a inventariante em casa, da inútil providência. Mais tempo, trabalho e dinheiro gastos, sem razão, quando, vejam bem, há procurador nos autos.

Neste ponto a paciência foi para o brejo, e de lá redigimos petição cheia de verdades, que nem foi relida, confessamos, para que não se mudasse nenhuma vírgula. Pelo visto, surtiu efeito, acordados quem de direito da letargia, do sonambulismo, das providências vazias, determinou-se, enfim, a expedição do alvará sem mais essa ou aquela. No último dia antes do recesso. Significa que o alvará só será lavrado em janeiro, para publicar mais um tanto, e lá no fim de janeiro, viúva e menores terão o dinheiro depositado em conta-corrente pelo Banco do Brasil.

Demorou, mas saiu. Aleluia! Alegremo-nos. Pena que não foi para o Natal dos infantes.

2 comentários:

  1. alegrar-se porque ele fez o já deveria ter sido feito? Luciana Pordeus

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  2. Para você ver, Luciana, a que ponto chegamos.Bem vinda aos comentários in Blog.

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