Tarde memorável no tribunal, julgamento dos embargos infringentes, aguardado há um ano. Prepare o seu coração. O machado que vinha sendo afiado funcionou a contento e laminou aqueles votos horrendos e majoritários. Dois novos julgadores aderiram àquela beleza de voto minoritário.
Após o serviço feito computamos conscientes os ônus do sapateio na
tribuna. Nem tudo são flores, queridos. Juízes têm memória de elefante, jamais
esquecerão os ataques à sua obra naquela tarde. Nem nós. Assumimos os ônus.
Advogado não pode ter medo de ferir susceptibilidades, ainda mais com votos
contrários à prova dos autos. Ônus devidamente assumidos sem esquecer aquela
assoprada básica depois de bater, aliás, descer a marreta com vontade.
A questão como sentiram, era grave, a vítima estava lá na sua
cadeira de rodas.
Sentiremos uma falta enorme deste salvador recurso que está com os
dias contados. Virá o novo código de processo. Aproveitem que vai acabar. Ainda
me lembro daquele onze de abril (há alguns anos, praticamente, ontem), quando
saí do tribunal, como diria o Odorico Paraguaçu de Dias Gomes, com a alma lavada e enxugada,
com a virada no placar de 2 x 1 para 5 x 0. Para os leigos: não é mágica, são
convocados mais dois desembargadores para compor a turma. Dois grandes juízes
voltaram atrás. Isso dá esperança e conforta advogado e jurisdicionados, que
afinal somos todos nós.
Depois de empurrar a cadeira da cliente, aliviada e satisfeita,
até o belo elevador pantográfico do tribunal, pensarão os leitores que pudemos
descansar e comemorar serenamente e à altura o resultado. Nada disso. Rumo ao
fórum passando antes em assemelhado do Rei do Kibe ou algo assim, há prazo
vencendo hoje e saco vazio não para em pé. Posteriormente haverá descanso e
comemoração. Emoção também cansa, ensina Dr. Jorge Moisés, o advogado.
Celebrar é apoderar-se da própria vida, ensina Frei Cláudio. Discípula farei ambas a tempo e modo.
Estava presente e pude acompanhar a classe como foram colocadas as reivindicações e os consequentes resultados. Parabéns a advogada pelas palavras e seu sucesso! Vale lembrar que durante o exercício da profissão o advogado não está subordinado hierarquicamente ao Juiz; pode depender de sua decisão mas nunca se sentir intimidado pela "cadeira" e consequente posição que se encontra!
ResponderExcluirAproveitando a oportunidade, não pude deixar de presenciar na mesma tarde, uma outra advogada fazendo sua sustentação oral com muita classe e objetividade que a meu ver, fez com que os desembargadores presentes analisarem melhor seus votos.
Não pude deixar de perceber também o "ato falho" da parte contraria que na sua sustentação oral "trocou desapercebidamente" "prejuízo patrimonial" com "prejuízo moral".
No caso específico, para quem conhece os fatos e os envolvidos, já fico satisfeito pelo reconhecimento público (nem que seja "sem querer") da realidade!
Não se esqueçam que o que os homens não vêm ou fingem não ver com certeza Deus está vendo e Sua justiça pode tardar mas NUNCA falha!!!!
Uma testemunha ocular presta seu valioso depoimento e aguça a nossa curiosidade. Quis permanecer anônimo mas deu seu recado. O Blog agradece os comentários e acréscimos aos fatos da tarde memorável.Volte sempre.
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