sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Sexta cívica e literária


O Fato

O Ministério da Educação divulgou, nesta quinta-feira, 30, os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia federal vinculada à pasta. O estudo demonstrou um ensino médio estagnado desde 2009. Para o MEC o nível de aprendizagem médio do país ainda se situa no limite inferior do nível básico. Na divulgação do resultado o Ministro da Educação Rossieli Soares disse: “O ensino médio está no fundo do poço. É inaceitável que mais de 70% dos estudantes do ensino médio estejam no nível insuficiente tanto em língua portuguesa quanto em matemática, após 12 anos de escolaridade”. A edição deste ano avaliou com testes de língua portuguesa e matemática mais de 5,4 milhões de estudantes do 5º e 9º ano do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, em mais de 70 mil escolas.

A cruzada cívica e literária

Os dados são lamentáveis, o impacto deste déficit para o Brasil é e será funesto. Diante disso, surgem indagações: haverá conserto? A quem aproveita uma nação emburrecida, digo, analfabetizada? O que podemos, sociedade civil, fazer diante da falência do governo na área? 

Nada de cruzar os braços. Nada de jogar na rede conteúdo barato e imbecilizante.

No mesmo dia da divulgação do SAEB 17 pelo MEC, mais exatamente na madrugada de quinta para sexta, (aí está, caro Dr. Joaquim Barbosa o motivo pelo qual, às vezes, frise-se, às vezes, os advogados não despertam com a aurora), assistia pela web a entrevista do escritor mineiro Luiz Vilela numa bucólica e até maltratada praça de Ituiutaba/MG.

Conforme se vê, além do ensino estão também maltratadas as praças e vias públicas brasileiras.  Mas as sedes dos poderes constituídos estão um luxo só, e a folha de pagamento deles absolutamente inchada.

Falando sobre o que? Livros e a arte de escrever. Ver o escritor na sua simplicidade sem filtros, sem qualquer afetação, foi um presente e um alento.

É mesmo impressionante a semelhança física entre o escritor e o professor de direito seu irmão, João Baptista Villela. Ver um é lembrar o outro. O timbre da voz, a economia de gestos, a cultura, são traços de família. Há neste blog um vídeo do Professor Villela declamando versos de Castro Alves num Seminário da Faculdade de Direito da UFMG. Livros às mancheias.

É isso, senhores, o que temos para hoje, cruzada cívica e literária, sem cruzar os braços e os dedos em tempos de caos. A contribuição de hoje é literária, um autor em uma praça na sua terra natal.


A propósito, a entrevista foi feita pela Sesc TV de São Paulo:
Clique aqui entrevista Luiz Vilela Sesc TV SP                                                                                                                                                      


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