terça-feira, 20 de maio de 2014

TJMG condena empresa por mau atendimento a cadeirante


Cadeirante que não recebe tratamento adequado tem direito a receber indenização por danos morais. Com esse entendimento, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou uma empresa de eventos a pagar R$ 10 mil a uma cliente.
Segundo o processo, a autora da ação telefonou para a produtora do evento para se informar sobre seu acesso a um show em Alfenas (MG), em setembro de 2010. A empresa informou que a entrada dela seria gratuita e que teria um espaço próprio para ela acompanhar o espetáculo.
Contudo, ao chegar ao local, a mulher foi informada de que teria de pagar para assistir ao show. Para entrar no evento, ela teve de pedir dinheiro emprestado para os amigos. Ela alegou, ainda, ter sido colocada pelos organizadores do evento no meio da multidão, onde não havia sanitários adaptados.
A cadeirante entrou com a ação contra a empresa. A empresa contestou a informação da ausência do espaço próprio para a cadeirante. Disse que ofereceu os meios de acessibilidade adequados à condição física da autora, pois no local havia dois banheiros e rampa, e negou ter recebido ligação da cadeirante. Apesar dos argumentos, a companhia foi condenada em primeira instância a pagar indenização de R$ 1,5 mil por danos morais.
A mulher entrou com recurso pedindo aumento do valor, o que foi atendido pela 9ª Câmara Cível do TJ-MG. Ao analisar os autos, o relator Luiz Artur Hilário decidiu elevar o valor da indenização para R$ 10 mil. Ele destacou que a reparação moral deve "ser suficientemente expressiva, a fim de compensar a vítima pelos sofrimentos e transtornos sofridos, e, ao mesmo tempo, penalizar o causador do dano, ao viso de evitar a repetição de conduta do mesmo gênero (teoria do desestímulo), devendo, ainda, levar em conta o grau da culpa e a capacidade econômica do ofensor."
O desembargador justificou o aumento pelo fato da empresa ter cobrado ingresso, mesmo após tê-la informado que a entrada seria de graça, e não fornecer condições de segurança adequadas à sua condição especial. Para o desembargador, a situação causa lesão a direito da personalidade. Os desembargadores Márcio Idalmo Santos Miranda e Moacyr Lobato votaram de acordo com o relator. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-MG. Fonte: Revista Consultor Jurídico, 16 de maio de 2014. (Apelação Cível 1.0694.1.006150-6/001).

Clique aqui para ler o acórdão.

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