quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Ninguém tem pressa

É o que parece. É só o que consigo pensar diante da publicação recebida, mais uma troca de perito oficial num processo contra o Estado que já dura cinco anos. Cinco anos e não se consegue ultrapassar a barreira da perícia. Já conto o terceiro perito nomeado. E assim será enquanto forem nomeados como peritos, médicos do Estado. Um a um declinarão do cargo. É claro.

Ninguém tem pressa, é o que parece quando se vê o lento desenrolar de um processo no Brasil. Quando na verdade temos, advogados e partes, sede de resultado. E nos vemos presos em um túnel, melhor, um labirinto, tamanha a demora. 

Nem tudo está perdido. Agora, os agravos de instrumento (recurso contra decisões intermediárias) se processam, obrigatoriamente, pela forma eletrônica. Ficaram, sem dúvida, mais céleres. Isto quando se supera os temores da correta transmissão via on line dos trocentos documentos digitalizados. Menos de 2 MB (megabites), por favor, do contrário, nada feito.

Agora os advogados têm de correr se quiserem atalhar, digo, procurar o desembargador para despachar. Mal entram com o recurso, no dia seguinte lá vem o pedido de liminar, via de regra, indeferido. Quando há de ser deferido, tem demorado uma, duas semanas. Especialmente se o agravo tem trocentos documentos digitalizados. Especialmente se tais documentos são devidamente analisados, para grande alívio dos advogados.

Esta foi a reflexão compartilhada de hoje, no calor senegalês que faz em Belo Horizonte.

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