quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Expressões injuriosas nos autos

Estamos desvanecidos com mensagens de dois corajosos leitores, o pudor nos impede de ir adiante nos detalhes, mas parece que gostaram sobremaneira da postagem anterior. Belos adjetivos, enfim, sejamos discretos, o rigor se impõe nesta questão.

Voltemos às lides, temos assuntos variados e tantos que nem sabemos qual escolher. Falemos de palavrório, lenga-lenga deitada em trocentas páginas, que, se irritam o advogado no balcão, imagine o juiz no gabinete com pilhas de processos a despachar. Irritam mais ainda quando se trata daqueles escritórios gigantes, ícones da advocacia mineira. Têm obrigação de apresentar trabalho lindo e enxuto. Tsc, tsc, tsc. Depois saem reclamando que os juízes não lêem as petições. Ninguém tem obrigação de ler tratados inócuos. 

Pior que a peça principal burilada pelo chefe famosíssimo, dá para sentir pelo estilo, e tome citação deste e daquele, foi a expressão nunca antes divisada em autos, algo horroroso como "Alta Direção do Processo". Argh. Assim em itálico e maiúsculas iniciais e usada por advogada que supomos jovem e obediente. Impossível permanecer mudos diante disso. Credo, foi inevitável. Ninguém estranhou no balcão. Advogados falam sozinhos e ficam irritadiços depois de ler um laudo pericial que não conclui absolutamente nada. E pensar que o perito recebeu considerável soma para tal. Hora de espancar o laudo. Advogados são bons nisso, aprende-se depois de muito atacados.

Aos que pensam que exageramos nas tintas, a tal da fama injusta, citamos os versos, a vida é luta renhida, que aos fracos abate e aos fortes, o que mesmo? Só faz... Enfim, nossos versejados leitores saberão o final dos versos. 

Temos história muito boa sobre pedras em panetone. Dá ou não dano moral? Voltaremos em breve ao assunto, por hoje Inês é morta, abre-se pequeno parenteses. 

(Há muito tempo usamos a expressão (Inês...) na tribuna para atacar os embargos de declaração infringentes que queriam revolver o mérito (não pode). Teve um efeito notável, visível na expressão da desembargadora que apreciou bastante a referência lusa).

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