Sob o sol de Roma

Ainda sem esquecer a imagem do ministro presidente do STF rosado sob o sol de Roma. Canonização da Irmã Dulce. 50 altos dignatários do Brasil auto imbuídos na missão diplomático-cristã às expensas do erário, ou seja, nós. Também não esqueci minha indignação ao vê-los enfarpelados e satisfeitos, ali logo atrás ao Príncipe de Gales. Não pesquisei, mas creio, tenho quase certeza que o presidente da mais alta corte e autoridades inglesas não acompanharam o séquito de Charles.

Um dos problemas de ser um país jovem é este, a mistura entre o público e o privado e a utilização do Estado à tripa forra. Afinal o Estado brasileiro está aí para isto mesmo, benesses. Fica o registro do meu patriótico protesto diante de autoridades coradas de sol indo além das suas sandálias e atribuições.

É só ver o presidente da mais alta corte que surge um mantra: inquérito inconstitucional, inquérito inconstitucional. Já virou uma associação de ideias. Idem com o relator do dito, o ministro Moraes.

Saltando de Roma, da nossa corte ministerial auto despachada para lá em idílico périplo (é capaz de esticar até Paris, etc.), para o Pje (processo judicial eletrônico), nosso de cada dia.

Uma surpresa hoje, não é que o digno magistrado não viu o pedido de perícia estampado em item apartado, numerado, justificado e tudo o mais? E lascou um acolhimento ao pedido do autor, assim, sem mais nem menos? Para estas ocasiões, embargos de declaração por omissão. Espera-se que lidos. 

Como antídoto às imagens e conteúdo de Roma, publicarei a seguir o panegírico a um homem público de antanho, desconhecido do público. Vale conhecer e refletir sobre a diferença gritante dos exemplos que temos hoje. Vamos à reflexão. E não só, do pensamento à ação. É também pela inércia e omissão que chegamos a este estado de coisas.  Inquérito inconstitucional, ministros em Roma, etc..

Na próxima postagem a homenagem a Mendes Pimentel. Aguardem.