quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Onde andará Adélia Prado?


De Beca e Toga também vai ao interior. 


Notas da ida à Comarca de Divinópolis.


Aguardo  no corredor do fórum de Divinópolis para despachar com o juiz. Acabei de distribuir a ação e fazer contato com os colegas autóctones (do lugar). Que mania de falar como antigamente. Li isso acho que num livro do Caio Mário da Silva Pereira (civilista emérito, para os leigos). Percebo os colegas daqui mais bem humorados que os da capital. E mais tranquilos. Em rápida conversa confirmo a pujança de dois escritórios conhecidos da capital. Sem nomes, por favor. Ouço loas aos correspondidos. Pausa para recorda a voz de brava colega ante semelhantes falas: "Não me impressiona." Isso mesmo. O tamanho do escritório, o número dos advogados, o calibre das empresas representadas. Isso não me impressiona, secundo em silêncio e breve reflexão a fala da amiga advogada. Palmas para todos eles e para nós também, os ditos artesanais, de boutique, os liberais, os que são apontados como em extinção. Não é verdade. É preciso repensar o senso comum e as verdades prontas propaladas aos quatro cantos dos fóruns e tribunais do país. Acaso só existem empresas? Pronto, está respondido. Há lugar para todos debaixo do sol. Espero.

E hoje na terra de Adélia Prado faz 32 graus. Onde será que mora Adélia Prado? Sofismo enquanto espero sentada, rezando ao acaso por uma chance de conhecê-la, de por os olhos nela e agradecer os momentos e versos raros. Onde andará Adélia Prado? 

Passa pelo corredor o réu preso, algemado, jovem, de uniforme vermelho, escoltado. O mundo cão, a escória da sociedade, a vida mais dura, que deixa o mundo civil no chinelo em matéria de dureza. Descem do segundo andar os colegas do crime, leia-se, os colegas criminalistas. Tenho observado as diferentes classes de advogados. Os que atuam no crime tem uma postura diferente. Basta olhá-los e vê-se que lidam com um mundo grave e pesado. Seus gestos e andar são impregnados dessa gravidade. Pode ser também tudo impressão minha, causada pela longa espera nesta cadeira de plástico, aliás, fibra de vidro. Não resisto, terei de fotografá-la. É a segunda vez neste blog.



Finalmente o despacho da tutela antecipada pretendida com afável juiz, um vero lorde, que ouve paciente toda a minha tese. Realmente o bom humor mora no interior, constato.

E Adélia Prado? Não encontrei dessa vez. Encontrei esta bela igreja sob o céu azul na saída da cidade.


Em verso Adélia me responde:


Fico entre montanhas, 
entre guarda e vã,
entre branco e branco


2 comentários:

  1. Ça va bien, Valeria!!! j'aimais le "DE BECA E TOGA" !Super chic et moderne, je suis trés fière de toi... bonnes chances,bisou Bia GOUTHIER

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  2. Merci, Bia, pour ton commentaire sur le blog De Beca e Toga. Toi è qui est chic e moderne. E moi è qui je suis très fière de notre amitié. Merci ma cherie, bisou, Valéria.

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