quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

De Beca e Toga, um lustro

2011 já vai longe. A cada Carnaval o Blog faz aniversário, nada mais auspicioso e consequente, já que coincide com o natalício da editora que vos escreve, bravos e persistentes leitores. Neste quinquênio o Blog mudou em alguns aspectos, a logomarca foi alterada algumas vezes, discretas mudanças de diagramação, mas a essência permanece a mesma da sua criação. Combatividade, dirão uns, ousadia, dirão outros, seriedade com leveza (este dístico tem autor, mas a modéstia impede de dizer o nome), informação, atualização, crítica,  e finalmente, ironia.  

E por último, mas não menos importante, o germe da criação desta página, narrar o dia-a-dia do advogado, as agruras, os embates, as alegrias, e o vis à vis* com as demais classes e com o destinatário do nosso trabalho, ele, o cliente.

Não só narrar, mas refletir e chamar à reflexão o leitor, que nesta jornada descobri vário, para desvanecida alegria. 

Quem lê de Beca e Toga? Advogados, sim; juízes e desembargadores o confessaram, algumas vezes; além de serventuários da justiça e, para agradável surpresa, leigos. Eis o distintíssimo público destas notas.

E quantos serão os leitores do de Beca e Toga? Poucos e bons, suponho sempre. Embora com cinco anos na web é quase certo que o "estrago" pode já estar grande. Aqui e ali tenho surpresas do alcance, mas quando me ponho diante da tela imagino uns cinco ou seis fiéis leitores, vá lá, uns dezesseis.

Para marcar o lustro criei outra logomarca, muito embora gostasse bastante da anterior, de mão própria, também. Leitores dirão, já vi isso em algum lugar. É claro que sim, o tipo Old English Text é largamente usado na imprensa e escolhido como marca por tablóides do quilate do The Telegraph e The Washinston Post. E como ensinou Barack Obama em sua primeira campanha, "Yes, we can"**. 

Assim, na contramão da modernidade, vamos abandonar temporariamente as linhas finas e minimalistas e vamos adotar a estética passadista, lembrando que o Direito, afinal, é velho, muito velho, muito embora tratado em veículo ultra moderno como a web.

Nada mais atual que temas arcaicos no Brasil em plena era digital. Veja-se o manifesto dos advogados contra a Lava Jato e a carta de Temer à Dilma. Que coisas mais em desuso e antiquadas. Manifesto, carta. Um país de contrastes violentos e perplexidade diária.

Voltemos aos cinco anos do Blog, de cara nova comemorativa da data. Falta só lembrar outra mudança havida, o discurso na terceira pessoa teve que ser abandonado, deixado pelo caminho. Embora mais simpático dava margem a ideias equivocadas, especialmente quando era usada a ironia, aquele recurso de estilo quando se quer dizer o contrário. No mais das vezes não é entendido e deu causa à crença que havia uma redação coalhada de combativos escribas e que uma só pessoa era uma legião. Vai daí que ...

As pedras ou pedradas do caminho. Quem não as teve? Carregar, suportar, tropeçar, desviar ou transpor. A cada um segundo sua força e saber. 

Tempo de agradecer a acolhida e a leitura, e as críticas também.

De Beca e Togaum lustro.


Notas:
vis-à-vis: No francês, vis-à-vis é uma frase considerada sinônimo de tête-à-tête, que também expressa o sentido de "frente a frente", ou seja, duas pessoas ou situações que são apresentadas de lados opostos, confrontando-se ou comparando-se. Etimologicamente, o termo vis era uma palavra pertencente ao francês antigo que significa "rosto", que se originou a partir do latim visum, que quer dizer "visto".  www.significados.com.br/vis-a-vis/)

Yes, we can: Durante a campanha presidencial dos Estados Unidos de 2008 na sequência do New Hampshire, o então senador (agora presidente) Barack Obama, usou a tradução do slogan da United Farm Workers - " Sí, se puede" - em seu discurso. O termo "Yes We Can!" tornou-se um slogan secundário para a campanha de Obama). (https://pt.wikipedia.org/wiki/Yes_We_Can)

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