quarta-feira, 6 de abril de 2011

CENAS DO CARTÓRIO DE IMÓVEIS - É um feudo este negócio?

Na fila do cartório. "Usucampeão" já ouvi aqui hoje duas vezes.  O lugar é acanhado mas as taxas de registro são altíssimas. Pelo preço deveriam nos receber com tapetes, sofá e ar condicionado, café e balas personalizadas. Assim, o susto seria amenizado. Diante da surpresa do valor cobrado por um simples ato de registro e um pedaço de papel, me indicam, a Tabela de Custas e Emolumentos da Corregedoria de Justiça emoldurada na parede. O único ornamento além daquele quadro medonho.
O cliente, contrariado paga a conta, afinal, quem não registra não é dono. Mas a advogada não se conforma.
É a derrama moderna? É um feudo este negócio? Como será que funciona nos outros países? - divaga alguém na fila. Deveria ser um serviço público. Concordamos todos. Um "boy" que está sendo atendido resolve ajudar um amigo na fila e entrega os papéis do colega à funcionária, mas é duramente repreendido pela fila e volta atrás.
Aqui também não se aceita cheque, só do interessado, do contrário, dinheiro vivo, vivíssimo. Vivos temos que ficar nós nestes trópicos.

5 comentários:

  1. Bravo. Parabéns pelo comentário.
    E uma questão:
    porque o valor do imóvel reflete na remuneração (custas e emolumentos) dos Cartórios? O ato a ser praticado não é o mesmo? POrque o tabellião deve "receber" mais por causa do valor do imóvel?
    A tabela deveria remunerar apenas o ato cartoral. Ou não?
    Helder - Montes Claros

    ResponderExcluir
  2. Prezado Helder, muito bem pensado seu comentário.
    Nós brasileiros precisamos sair do estado de letargia cívica. E o início é esse, começar a perguntar o porquê de privilégios numa sociedade tão desigual. Seja bem vindo ao blog! Valéria Veloso

    ResponderExcluir
  3. Parabéns pelo blog! Adoro seus comentários! Luciana

    ResponderExcluir
  4. Concordo no tocante ao atendimento e estrutura. Se o exercício da atividade cartorária parte de delegação do Poder Estatal, deveria haver uma legislação, portaria, sei lá, no mínimo um regulamento que faça o titular em exercício oferecer ao cliente uma contraprestação de qualidade e conforto. No tocante aos emolumentos, quem está na atividade sabe o custo operacional para manter a serventia, funcionários, bem como do repasse de 40% dos recebimentos para o Estado, fora o imposto de renda. (Wander - Advogado e Serventuário da Justiça em BHte,MG).

    ResponderExcluir
  5. Wander, grata pelo seu comentário e informações esclarecedoras. O repasse de 40% por cento dos emolumentos ao Estado e ainda o imposto de renda confirmam nossa comparação com a Derrama. Nossos impostos são altíssimos e a contraprestação do Estado nem por isso. Seja bem vindo ao Blog, volte sempre! Valéria Veloso

    ResponderExcluir

O dia a dia de uma advogada, críticas e elogios aos juízes, notícias, vídeos e fotos do cotidiano forense

Persistência contra jurisprudência majoritária

E nquanto a nossa mais alta corte de justiça, digo, um dos seus integrantes, é tema no Congresso americano lida-se por aqui com as esferas h...